EURUSD: Indicadores de Inflação e crescimento são relevantes, mas será o orçamento italiano a ditar a tendência
Pela primeira vez, a União Europeia enviou um pedido oficial a um estado membro para alterar uma proposta de orçamento e voltar a submetê-la para reapreciação por parte da Comissão Europeia. O Eurogrupo, com estimativas bastante menos optimistas que o governo italiano, apontou igualmente insuficiências no orçamento, por via de uma carta oficial, à qual Giovanni Tria, ministro das finanças italiano, respondeu que as medidas expansionistas previstas no orçamento eram necessárias para estimular o crescimento de Itália – terceira maior economia da Zona Euro e a que menos cresce.
Hoje, dia 13 de Novembro, Itália deverá apresentar uma nova proposta de orçamento para 2019, que esteja alinhada com a tendência europeia de redução de défice orçamental. Caso não o faça ou se recuse a realizar as alterações que a Comissão Europeia considere necessárias, esta última poderá instaurar um Procedimento de Défice Excessivo (PDE), que, por sua vez, poderá traduzir-se em sanções financeiras até 0,2% do PIB. Neste âmbito, Itália deverá ter três meses para cumprir os requisitos do PDE, se não o fizer, poderá perder acesso a fundos europeus.
Referência técnica: Após ter perdido o suporte dos 1,13, as próximas referências relevantes para quedas estão nos 1,1187 (61,8% da retracção de Fibonacci) e abaixo na região dos 1,1130. Uma escalada do braço de ferro com Bruxelas, poderá ver o par mergulhar até esses níveis ou mesmo além, até aos 1,10 (conforme a gravidade da discórdia). Por outro lado, um desfecho positivo, deverá proporcionar uma entrada convicta de compradores.
AUDUSD: Aussie volta a ganhar interesse, depois de retestar suporte antigo
A Austrália mantém a sua toada de expansão económica, que se prolonga há 27 anos consecutivos. Na passada sexta-feira, o Reserve Bank of Australia reviu em alta a projecção de crescimento anual do PIB para 3% até 2020.
Apesar do USD Index ter atingido novos máximos de 52 semanas, o dólar australiano tem-se mostrado resiliente. Os indicadores económicos mais relevantes são o Wage Price Index, que será divulgado amanhã às 00h30, e os dados de emprego, que serão publicados na quinta-feira às 00h30. Os economistas esperam um aumento do índice de 2,1% para 2,3% e um aumento de 20 mil nos postos de trabalho, acima dos 5,6 mil postos de trabalho anunciados anteriormente.
Referência técnica: Depois de romper em alta o longo canal de negociação descendente, o AUDUSD corrigiu até aos $0,7171, um nível de suporte que une os mínimos de 2016. Dada a proximidade a um suporte histórico, a gestão de risco é atractiva, colocando o stop loss abaixo dos $0,7171. Projectamos uma evolução positiva que poderá alcançar a resistência nos $0,7373. O RSI acima dos 50 pontos e o cruzamento das linhas no MACD sustentam a visão altista para o AUDUSD.
EuroStoxx 50: Índice bolsista pan-europeu esboça recuperação depois de atingir novos mínimos anuais
O índice accionista EuroStoxx 50, que inclui empresas de diversos países europeus, cai 8,40% desde o início do ano.
O principal risco para um posicionamento altista no EuroStoxx 50 é a reacção da União Europeia ao gastador orçamento de Estado italiano, que deverá ser conhecida hoje. Note-se que três dos componentes são italianos, nomeadamente as energéticas ENI (MI:ENI) e a Enel (MI:ENEI) e o banco Intesa Sanpaolo (MI:ISP). Além disso, a eventual continuação da tensão política e económica em Itália agravaria o sentimento em torno do euro e doutros activos europeus.
Referência técnica: O EuroStoxx 50 poderá estar a formar um head and shoulders bottom, figura clássica de inversão da tendência descendente. A negociação deste padrão deverá ser apenas iniciada caso tenhamos um fecho diário acima da neckline, nos 3.265 pontos. Para uma gestão de risco mais assertiva, este posicionamento altista só deverá ser iniciado depois de se conhecer a decisão de Bruxelas sobre o orçamento italiano. O índice norte-americano S&P 500 poderá estar a formar um padrão semelhante de head and shoulders bottom.
Platina: Recuperação da platina após quedas superiores a 20%
Após uma tendência de queda consistente desde o início do ano desencadeada principalmente pela diminuição da venda dos motores a diesel, a platina está neste momento a romper com este paradigma e a recuperar de forma convincente.
Em relação a indicadores fundamentais, a oferta tem-se mantido estável com uma diminuição da actividade mineira em cerca de 3%. A procura divide- se em três principais áreas: os catalisadores para motores diesel, actividade industrial e joalharia. A procura por platina para os motores diesel diminuiu ligeiramente com a diminuição das vendas de carros a diesel. As vendas de peças de joalharia, nomedamente na China, diminuíram cerca de 10% comparando com igual período do ano passado, levando esta rúbrica também a diminuir. No que diz respeito à indústria, a procura por esta via aumentou cerca de 7% em relação ao ano passado.
Referência técnica: A recuperação deste metal foi não só influenciada por motivos fundamentais, mas também técnicos sendo possível identificar um claro padrão de inversão – head and shoulders bottom e a continuidade de um canal ascendente, sendo que o preço se encontra na base deste canal ascendente e a restestar a linha de pescoço do padrão já referido.
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