EURUSD: Correcção global nos mercados accionistas criou espaço para a entrada de novos compradores
A par da activação do seu perfil de activo de refúgio na passada semana, o USD confirmou também um duplo topo contra o EUR, cuja projecção acabou por ser cumprida de forma quase meticulosa até sexta-feira.
Desde Novembro de 2017, temos estranhado a notável ausência da histórica correlação positiva que a divisa norte-americana (em forte queda) tem com as yields da respectiva dívida soberana e foi apenas quando se verificou uma correcção nos mercados accionistas que o USD conseguiu obter alguma valorização relevante. A normalização gradual de política monetária por parte dos restantes bancos centrais das principais economias desenvolvidas, aliada à recente confirmação de que o défice norte-americano expandirá assinalavelmente são alguns dos factores a penalizar o USD.
Referência técnica: Com a retoma de procura por activos de risco, o EURUSD recuperou já parte das perdas da semana passada, quebrando em alta o canal descendente, para testar hoje as referência em torno dos 1,2320 – 1,2340. A superação destes níveis poderá criar espaço para possíveis subidas a curto prazo, para as quais destacamos valores horizontais no gráfico.
GBPUSD: Solução para a encruzilhada técnica deverá surgir do flanco norte-americano
A libra esterlina fechou o mês de Janeiro como o segundo melhor performer dos G10 contra o USD. Em virtude do atribulado processo de negociações para Brexit, o GBPUSD acabou por lateralizar na primeira semana de Fevereiro e, na segunda, devido ao sentimento de risk-off vivido nos mercados a nível global, encetou uma considerável queda, activando um pequeno duplo topo e voltando a entrar no canal ascendente que havia quebrado.
Na passada semana, o discurso hawkish por parte do governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, surpreendeu o mercado, mas não foi suficiente para dar um novo fulgor altista ao cable. Hoje, a divulgação de várias métricas de inflação para o Reino Unido foi relativamente mista, porém os números relacionados com inflação no consumidor excederam as expectativas, impulsionando a libra, num dia em que o USD também revela fraqueza.
Referência técnica: o cable atravessa hoje um momento técnico bastante peculiar, estando a negociar numa confluência de níveis técnicos relevantes: 61,8% da retracção de Fibonacci (suporte), limiar superior do canal ascendente (resistência) e recente linha de tendência descendente (resistência). Perante este cenário técnico, consideramos que será a força (ou fraqueza) do USD a determinar o próximo movimento a curto prazo.
USDNOK: Eventual ressalto dos activos de risco motiva visão positiva para commodity currencies
Embora as taxas de juro implícitas nas Treasuries tenham vindo a subir desde Novembro, o impacto negativo mais notório sentiu-se sobretudo nas quedas expressivas dos mercados accionistas durante a passada semana. No mercado cambial, o impacto foi bastante limitado. Aliás, o dólar americano continua a ser penalizado pelo alargamento do défice orçamental e pelas medidas proteccionistas aplicadas por Trump. Acreditamos que o plano de infra-estruturas de Trump não deverá ter um impacto suficientemente positivo para impulsionar o dólar americano.
O petróleo Brent sofreu uma desvalorização forte de 8% ao longo da passada semana, em linha com a aversão ao risco e reforçada pelo aumento do número de plataformas petrolíferas em funcionamento nos EUA. Com os índices bolsistas norte-americanos a mostrar sinais de exaustação e o com o Brent a encontrar um suporte em torno dos $62 por barril, poderá haver um ressalto do petróleo, das acções e de commodity currencies como o NOK.
Referência técnica: O USDNOK mantém a tendência dominante de queda, sendo que a correcção de curto prazo até aos 50% de Fibonacci incentiva-nos a entrar a favor da tendência descendente. Note-se que o estocástico lento está a cruzar no topo do intervalo.
Crude (WTI): A esperada e brusca correcção coloca o crude em níveis de possível consolidação
Na passada semana, em que o sentimento de risk-off imperou nos mercados financeiros a nível global, o crude WTI realizou uma acelerada correcção, caracterizada por uma queda superior a 10% desde os últimos máximos relativos. Ao exibir o seu perfil de activo de risco durante o sell-off generalizado que se verificou, o dólar norte-americano valorizou e pressionou as matérias-primas, especialmente o crude.
Após várias semanas em que o mercado ignorou múltiplos sinais de um provável aumento de produção num futuro próximo, nomeadamente nos EUA, a correcção técnica culminou com uma perspectiva fundamental negativa para o preço do crude: a produção nos EUA superou os 10 milhões de barris por dia, atingindo máximos históricos e antecipando a probabilidade de os EUA se tornarem o maior produtor de petróleo mundial já para 2019.
Referência técnica: Depois de desenhar um duplo topo, o canal ascendente que datava do segundo semestre de 2017 foi expressivamente quebrado em baixa. A rápida correcção colocou o crude numa zona de suporte relevante. Não descartando possíveis recuperações temporárias (estocástico já está em elevada sobrevenda), a perda destes níveis poderá levar o crude a testar as referências horizontais existentes até aos USD 54,5-55 por barril.
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