Bom dia! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida! Hoje venho aqui finalizar este conjunto de artigos que tenho desenvolvido, a falar sobre a economia japonesa.
Depois de ao longo dos últimos quatro artigos falarmos sobre “YCC” (Controlo da Curva de Rendimento), uma espécie de “Stop Loss” e “JGB” (Japan Government Bonds) como assuntos mais destacados, chegou a altura de dar uma conclusão.
Existem dois fatores primordiais com os quais Kazuo Ueda terá que lidar ao longo do seu mandado, embora um deles mais fixo que o outro! A dívida e como as políticas monetária e fiscal afetam a mesma é um fator, o outro fator é o fator inflacionário, e este pode ser um fator “passageiro” ou prolongar-se bastante mais no tempo e tomar um valor de referência maior que o atual!
As pressões inflacionárias do lado da oferta em algum dia se esperam que se vá dissipar. Embora a “inflação salarial” em termos nominais seja maior que num passado recente, em comparação com outras economias desenvolvidas é substancialmente menor. O mercado laboral japonês é um mercado estabilizado atualmente, pois, conta com uma baixa taxa de abandono laboral, daí que pode prejudicar o ritmo inflacionário.
Já do ponto de vista fiscal, creio que todos saberemos que as compras anuais de títulos feitas pelo Banco Central do Japão, correspondem a quase toda a emissão de títulos “JGB” (Japan Government Bonds). Isto é, as autoridades fiscais nipónicas não tiveram que se preocupar muito com a procura por títulos, pois, o comprador é “quase sempre o mesmo”. Em termos da sustentabilidade da dívida japonesa, a mesma não foi muito difícil gerir, com as taxas que vigoram em terreno negativo. A dívida sobre o “PIB” (Produto Interno Bruto), como disse no primeiro artigo (se não falha a memória), ronda os 260%.
Em suma, o Japão deverá tomar medidas drásticas, mas, em simultâneo, cautelosas, sei que parece contraditório, mas lá terá que ser, para assim desfazer as políticas monetárias não convencionais que têm utilizado até aqui de forma excedente. Kazuo Ueda sabe que a mudança é necessária e “era para ontem”, e na era pós-Kuroda, vai ser ele a liderar este “desinchar da bolha da dívida japonesa”.
Obrigado e continuação de um ótimo dia!