Falta apenas um dia de negociação dos direitos de subscrição do aumento de capital do Millennium BCP. Depois teremos mais quatro dias para a subscrição das novas ações. E mais quatro dias (23 de Julho) para a operação ficar concluída.
A envolvente de mercado continua tensa mas a envolvente concorrencial pode estar mais favorável.
Senão vejamos, se por um lado ter mercados voláteis e em queda pode dificultar a colocação dos novos títulos, ter o principal concorrente (BES) envolvido (mesmo que lateralmente) no facto que cria a instabilidade pode ser muito positivo para a implementação da estratégia de negócio do BCP.
Mesmo que a exposição do BES aos problemas do Grupo Espirito Santo não afetem os depositantes, as provisões feitas e a fazer afetam a capacidade do BES de fazer negócio. Afetam a capacidade do BES de emprestar. Atualmente a expectativa é que esse valor não ultrapasse os 1.200Milhões de Euros.
A questão que se coloca é se o BCP tem condições para aproveitar a brecha e desenvolver o seu plano estratégico.
O que se sabe é que o BES continuou a perder valor (5.5%), o BPI também fechou a semana a perder mais de 1.2% enquanto o BCP valorizou marginalmente (0.2%) valendo 10.2 cêntimos. Já os direitos de subscrição (6.6 cêntimos) estão a negociar praticamente ao valor de subscrição das novas ações (6.5 cêntimos). Para a parte do mercado (aparentemente maioritária) que está do lado no aumento de capital as ações do BCP valem pelo menos 13 cêntimos.