Boa tarde a todos! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida! Depois de uns dias de pausa por estas andanças por motivos de saúde, vamos (re)começar com um tópico que, creio eu, não se têm falado muito, mas vamos então prosseguir!
Já aqui trouxe um artigo a falar do Japão no mês de fevereiro que dá pelo nome “Inflação e recessão, rimam com Japão!” e não vou fazer uma repetição do mesmo, visto que, a área onde quero incidir neste artigo vai tocar no artigo que fiz em fevereiro!
Ueda que irá assumir o controlo do Banco Central do Japão no dia 9 de abril, +/- daqui a um mês, já veio dizer ao “público” que a política acomodatícia de compra de dívida ao “Departamento de Tesouro Japonês” vai continuar. Com uma inflação disparada nos últimos tempos, atualmente acima do patamar dos 4%, como diz Ueda que a política certa é continuar injetando “Ienes” na economia japonesa!? Por um lado, pela compra de dívida do país e por outro a comprar diretamente ETF’s onde se encontram cotadas “todas” as ações do país! E o que fazem os investidores/fundos japoneses de há vários anos a esta parte? Carry Trade!
O que é o Carry Trade?
O Carry Trade nada mais é do que comprar ou (“endividar-se”) numa moeda a uma taxa de juro mais baixa e posteriormente (automaticamente) vender essa moeda e comprar uma moeda que ofereça uma taxa de juro mais alta.
O que anda a pairar na mente dos investidores japoneses? Se a inflação (termo geral) ou a inflação (importada) trouxerem um agravamento da taxa de inflação no país, será que o Banco Central do Japão, vai aguentar sem subir a taxa de juro diretora (isto é, definir uma taxa mais atrativa para a sua moeda)? Em simultâneo, os investidores/fundos/grandes instituições financeiras japonesas podem começar a interessar-se mais pelo mercado doméstico, pois, até aqui, o Japão nos últimos anos tem sido um fiel comprador de dívida americana, mas as coisas pode mudar “rapidamente” e podem começar a aparecer “pequenas brechas de liquidez no tesouro americano”, com o mesmo a ter que aumentar “em princípio” a rentabilidade que oferece atualmente. Daí que está na hora de acabar com a política acomodatícia e fazer uso daquele provérbio, “o bom filho a casa torna”! Vamos ver o que sucede quando Ueda efetivamente se sentar na cadeira como próximo presidente do Banco Central do Japão!
Em suma, se ao longo dos anos os investidores (modo geral) endividam-se em “Ienes” para comprar dólares, se a taxa de juro diretora começar a ficar atrativa em termos domésticos (Japão), qual a necessidade de exportar dinheiro para os EUA? Depende sempre do risco de cada um, mas será que não vão pensar duas vezes!?
Obrigado!