Mesmo sendo díspar da evolução dos preços do imobiliário, o aumento na procura de crédito habitação continua a ser importante, especialmente para os bancos portugueses que finalmente se encontram na recta final daquele que foi um longo processo de recuperação.
O Banco de Portugal menciona o aumento da confiaça dos consumidores portugueses (que se encontra em níveis recorde) e a continuação das taxas de juro em níveis historicamente baixos como sendo as principais sustentações da procura.
A estes dois factores, deve ser também adicionado o regresso do crédito a habitação com financiamento a 100%, ajudando os consumidores sem poupanças a adquirir as habitações penhoradas durante a crise que "ganham pó" nos poretfólios dos bancos.
Por último, a diminuição na restrição ao crédito, um factor core para que o mercado possa evoluir positivamente, tem vindo a decorrer de forma contínua.
Todos estes factores conjugados criam um mercado de crédito habitação a tentar recuperar para os níveis a que se encontrava antes da crise, e um mercado imobiliário hiper-inflacionado nas grandes zonas urbanas pela procura estrangeira, que estrangula o acessos dos locais à habitação própria permanente.
O que nos leva a outra condicionante, que já criou problemas no passado, e que deve continuar a ser observada atentamente pelos investidores nos mercados imobiliários ou em acções de empresas altamente expostas aos mesmos.
Avaliação Imobiliária continua a ser uma preocupação
Com as avaliações a subirem de forma contínua como pode ser observado investigando os reports de alguns dos fundos de investimento imobiliário presentes em Portugal, colocamo-nos, novamente, sob a alçada de ratings para tomada de decisões de crédito.
Não existem ainda, no meu entender, sinais para alarme, mas esta é uma área a ser escrutinada para os investidores de longo prazo e que querem controlar o nível de exposição a um crash no sector imobiliário.
As fintech estão para ficar, e criar disrupção
Com o aparecimento de plataformas de comparação de preço como o ComparaJá.pt, o poder de escolha do consumidor vai aumentar criando ainda mais competição entre os vários players no mercado do crédito habitação.
Os bancos com ofertas menos competitivas poderão sofrer perdas de market share crónicas se não se ajustarem rapidamente ao consumo online onde o cliente tem um poder exponencialmente maior do que offline.
O reequilíbrio chegará, mas não até 2019
De acordo com as previsões de algumas empresas de research imobiliário em Portugal, será em 2019 que a colocação à venda de novos fogos de habitação irá restabelecer um maior equilíbrio no mercado imobiliário de português, forçando a uma descida de preços e ao mesmo tempo criando mais mercado para o crédito habitação.
Partilho a mesma opinião, e como tal poderá fazer sentido manter as posições em fundos de investimento imobiliário até lá.
Da mesma forma, a recuperação do sector do crédito imobiliário parece estar para ficar, e como tal tanto o BCP (LS:BCP) como o Montepio (LS:LS:MPIO) serão posições a manter para investidores presentes no PSI-20.