Boa tarde! Espero que estejam todos bem de saúde e que estejam a ter uma ótima semana! Hoje vou falar aqui sobre o setor bancário e um dos temas da atualidade, que é “o risco de uma recessão”. Vamos então prosseguir!
Em termos gerais, os bancos tendem a ter um bom desempenho num ambiente de taxas de juros crescentes! É esta a história que nos “vendem/contam/ensinam” quando tiramos um curso no ensino superior, uma formação/curso na área financeira, em livros, e quem sabe até noutras plataformas/ferramentas nas quais de momento não me recordo de mais nenhuma! Esta “tese” que nos ensinam não está errada, ela é verdadeira, assumindo sempre que os bancos têm uma “gestão/controlo” sobre o risco competente. Então e se “os bancos forem apanhados do lado oposto”, o que sucede?
Na altura da Covid-19, em que a incerteza era enorme, podemos dizer que desde começando em cheques de estímulo e acabando em empréstimos “sem lógica” concedidos a particulares e empresas, foi a debandada geral no contexto económico! O que as pessoas basicamente fizeram foi endividarem-se o mais que podiam, pois, o dinheiro não custava nada, isto era um mundo idílico, mas meus caros amigos/amigas, esse mundo maravilhoso, pelo menos em termos económicos, não existe, por um simples fato, vamos recorrer aqui um pouco a psicologia, o ser humano pode ser muito altruísta, mas acima de qualquer altruísmo, está sempre uma “pontinha” de egoísmo, faz parte, é a natureza humana, e aplicada ao conceito económico, na minha opinião, faz todo o sentido, pois, quando queremos comprar algum bem, queremos sempre pagar o preço mais baixo!
Imaginemos, uma família que comprou um carro na altura da pandemia (linhas de crédito baratas), e que já pagava uma hipoteca de uma casa, o que será que a família atualmente vai fazer? A lógica será continuar a pagar a hipoteca, e deixar a prestação do carro de lado, caso o orçamento familiar não dê para pagar tudo. E se adicionarmos a esta situação, dívidas feitas com os cartões de crédito, vamos chegar a uma conclusão super simples! A “taxa de incumprimento” não vai parar de aumentar!
Se na crise financeira de 2008, o problema estava nos “MBS” (Mortgage-Backed Securities) ou em português (Títulos Lastreados em Hipotecas), o problema hoje em dia, continua associado ao imobiliário, mas não em imóveis residenciais, mas sim, em escritórios!
(EUA) Para começar, é caso para dizer que, o caminho para o incumprimento, é o próprio incumprimento! Embora a taxa de inadimplência dos “CMBS” (Commercial Mortgage-Backed Securities) relativamente aos escritórios, se situe atualmente perto da zona dos 2,40%, esta mesma taxa subiu 55 pontos-base só no mês de fevereiro! Mas se nem tudo parece mau a partida, temos que ter em atenção que os escritórios representam cerca de 16% do “CRE” (Commercial Real Estate) ou em português, Mercado de Imóveis Residenciais! Os “CMBS” respondem aproximadamente por um décimo do total da dívida do “CRE”.
É sabido que os “Small Banks” (Pequenos Bancos) estão muito expostos a empréstimos para escritórios! Cerca de 80% da liquidez dos empréstimos é detida atualmente por entidades bancárias que não chegam a ter sequer 250 biliões de dólares em ativos!
No caso do “Signature Bank”, antes do seu colapso, era o banco que tinha a décima maior carteira de ativos do “CRE” nos Estados Unidos! O First Republic Bank, vinha logo no lugar acima do seu homólogo. A “FED” veio logo intervir de imediato para conter um efeito dominó, com injeções de liquidez por via de diversos programas de empréstimos, mas as lacunas apresentadas por estes dois bancos, fez o setor recuar na hora de atribuir empréstimos.
Em suma, na questão dos REIT’s, a alguns, a ter em muita atenção na minha opinião, pelo valor que representam no “CRE”, tais como: Rithm Capital, Blackstone Mortgage e Chimera Investment, todos eles têm uma coisa em comum, que é não terem boas perspetivas futuras na minha opinião (em termos técnicos e fundamentais), e não me admirava nada, que até houvesse (é melhor que não) uma possível falência destes fundos de investimento imobiliário!
Obrigado, continuação de boa noite e bom feriado!