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Conferência de Imprensa - 07 de setembro

Por Banco Central Europeu07.09.2017 15:28
 

Mario Draghi, Presidente do BCE,
Vítor Constâncio, Vice-Presidente do BCE,
Frankfurt am Main, 7 de setembro de 2017

DECLARAÇÃO INTRODUTÓRIA

Minhas Senhoras e meus Senhores,
É com muito prazer que o Vice-Presidente e eu lhes damos as boas-vindas a esta conferência de imprensa, em que informaremos sobre os resultados da reunião de hoje do Conselho do BCE.

Com base nas nossas análises económica e monetária regulares, decidimos não alterar as taxas de juro diretoras do BCE. Esperamos que estas permaneçam nos níveis atuais durante um período alargado e muito para além do horizonte das nossas compras líquidas de ativos. No que respeita às medidas de política monetária não convencionais, confirmamos que se pretende que as compras líquidas de ativos, ao atual ritmo mensal de €60 mil milhões, prossigam até ao final de dezembro de 2017, ou até mais tarde, se necessário, e, em qualquer caso, até que o Conselho do BCE considere que se verifica um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, compatível com o seu objetivo. As compras líquidas são realizadas a par de reinvestimentos dos montantes dos pagamentos do capital dos títulos vencidos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos.

A informação que tem vindo a ser disponibilizada, incluindo as projeções mais recentes dos especialistas do BCE, confirma as perspetivas de médio prazo globalmente inalteradas para o crescimento económico e a inflação na área do euro. A expansão económica, que acelerou mais no primeiro semestre de 2017 do que o esperado, continua a ser sólida e generalizada nos vários países e setores. Ao mesmo tempo, a recente volatilidade da taxa de câmbio constitui uma fonte de incerteza, que exige acompanhamento no tocante às possíveis implicações para as perspetivas de médio prazo relativas à estabilidade de preços.

Embora a expansão económica em curso forneça a confiança de que a inflação evoluirá gradualmente para níveis compatíveis com o nosso objetivo em termos de inflação, ainda não se traduziu o suficiente numa dinâmica mais forte da inflação. As medidas da inflação subjacente subiram ligeiramente nos últimos meses, mas, em geral, permanecem em níveis fracos. Por conseguinte, é ainda necessário um grau muito elevado de acomodação monetária para que as pressões inflacionistas subjacentes aumentem de forma gradual e apoiem a evolução da inflação global no médio prazo. Se as perspetivas passarem a ser menos favoráveis ou se as condições financeiras deixarem de ser consistentes com uma evolução no sentido de um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, o Conselho do BCE está preparado para aumentar o volume e/ou a duração do programa de compra de ativos. Este outono, decidiremos sobre a calibração dos nossos instrumentos de política monetária para além do final do ano, tendo em conta a trajetória esperada da inflação e as condições financeiras necessárias para um regresso sustentado das taxas de inflação a níveis abaixo, mas próximo, de 2%.

Explicarei agora a nossa avaliação mais em pormenor, começando pela análise económica. O produto interno bruto (PIB) real da área do euro aumentou 0.6%, em termos trimestrais em cadeia, no segundo trimestre de 2017, após ter registado 0.5% no primeiro trimestre. Os dados de inquéritos apontam para a continuação de um crescimento generalizado no período que se avizinha. As nossas medidas de política monetária estão a apoiar a procura interna e facilitaram o processo de desalavancagem. O consumo privado é apoiado pelos ganhos em termos de emprego, que estão igualmente a beneficiar de anteriores reformas do mercado de trabalho, e pelo aumento da riqueza das famílias. A recuperação do investimento continua a beneficiar de condições de financiamento muito favoráveis e de melhorias na rendibilidade das empresas. Além disso, a recuperação mundial generalizada apoiará as exportações da área do euro.

Esta avaliação encontra-se globalmente refletida nas projeções macroeconómicas de setembro de 2017 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE. Segundo estas projeções, o PIB real anual aumentará 2.2% em 2017, 1.8% em 2018 e 1.7% em 2019. Em comparação com as projeções macroeconómicas de junho de 2017 elaboradas por especialistas do Eurosistema, as perspetivas para o crescimento do PIB real foram revistas em alta relativamente a 2017, refletindo o recente dinamismo mais forte do crescimento, e mantêm-se, em geral, inalteradas no que respeita aos anos seguintes.

Os riscos em torno das perspetivas de crescimento da área do euro permanecem globalmente equilibrados. Por um lado, o atual dinamismo cíclico positivo aumenta a probabilidade de uma recuperação económica mais forte do que o esperado. Por outro lado, continuam a existir riscos em sentido descendente relacionados sobretudo com fatores a nível mundial e com a evolução dos mercados cambiais.

A inflação homóloga medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) na área do euro situou-se em 1.5% em agosto. Numa análise prospetiva, com base nos atuais preços dos futuros do petróleo, é provável que as taxas homólogas da inflação global registem uma descida temporária perto da viragem do ano, refletindo sobretudo efeitos de base nos preços dos produtos energéticos. Ao mesmo tempo, as medidas da inflação subjacente subiram moderadamente nos últimos meses, mas têm ainda de apresentar sinais convincentes de uma tendência ascendente sustentada. As pressões internas sobre os custos, em particular as decorrentes dos mercados de trabalho, permanecem fracas. Espera-se que a inflação subjacente na área do euro suba gradualmente no médio prazo, apoiada pelas medidas de política monetária, pela continuação da expansão económica, pela absorção gradual correspondente da margem disponível na economia e pelo aumento dos salários.

Esta avaliação está também globalmente refletida nas projeções macroeconómicas de setembro de 2017 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE, as quais indicam que a inflação homóloga medida pelo IHPC se situará em 1.5% em 2017, 1.2% em 2018 e 1.5% em 2019. Em comparação com as projeções macroeconómicas de junho de 2017 elaboradas por especialistas do Eurosistema, as perspetivas para a inflação global medida pelo IHPC foram revistas ligeiramente em baixa, refletindo sobretudo a recente apreciação da taxa de câmbio do euro.

No que se refere à análise monetária, não obstante alguma volatilidade mensal, o agregado monetário largo (M3) continua a apresentar um ritmo de expansão robusto, com uma taxa de crescimento homóloga de 4.5% em julho de 2017, face a 5.0% em junho. Tal como em meses anteriores, o crescimento homólogo do M3 foi apoiado principalmente pelas suas componentes mais líquidas, com o agregado monetário estreito M1 a expandir-se a uma taxa homóloga de 9.1% em julho de 2017, a qual registou uma descida face a 9.7% em junho.

A recuperação do crescimento dos empréstimos ao setor privado observada desde o início de 2014 prossegue. A taxa de crescimento homóloga dos empréstimos às sociedades não financeiras aumentou para 2.4% em julho de 2017, face a 2.0% em junho, ao passo que a taxa de crescimento homóloga dos empréstimos às famílias se manteve estável em 2.6%. A repercussão das medidas de política monetária implementadas desde junho de 2014 continua a apoiar significativamente as condições de concessão de empréstimos às empresas e às famílias, o acesso a financiamento – em especial, por parte de pequenas e médias empresas – e os fluxos de crédito na área do euro.

Resumindo, o cruzamento dos resultados da análise económica com os sinais fornecidos pela análise monetária confirmou a necessidade de continuação de um grau muito substancial de acomodação monetária para garantir um regresso sustentado das taxas de inflação a níveis abaixo, mas próximo, de 2%.

A fim de colher todos os benefícios das medidas de política monetária, outros domínios de política têm de contribuir decisivamente para o fortalecimento do potencial de crescimento a mais longo prazo e para a redução das vulnerabilidades. A implementação de reformas estruturais tem de ser substancialmente intensificada, com vista a aumentar a resiliência, reduzir o desemprego estrutural e impulsionar o potencial de crescimento e a produtividade na área do euro. Relativamente às políticas orçamentais, todos os países beneficiariam de uma intensificação dos esforços no sentido de finanças públicas com uma composição mais favorável ao crescimento. A aplicação integral, transparente e coerente do Pacto de Estabilidade e Crescimento e do procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos, ao longo do tempo e nos vários países, permanece crucial para reforçar a resiliência da economia da área do euro. O reforço da União Económica e Monetária continua a ser uma prioridade. O Conselho do BCE acolhe com agrado as discussões em curso sobre novas melhorias da arquitetura institucional da União Económica e Monetária.

Estamos agora à disposição para responder a perguntas.

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