Por Goncalo Almeida
LISBOA, 15 Mai (Reuters) - O mercado único de energia da União Europeia (UE) pode trazer "vantagens reais" no acesso e nos preços para os consumidores, aumentando a competividade entre 'players', disse Cristina Portugal, Presidente da ERSE-Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Numa conferência organizada pelo ECO, destacou, no entanto, que existem alguns desafios técnicos e de concordância que podem dificultar o processo de implementação, devido às várias característica geográficas, sociais e energéticas dos países da UE.
"O desafio do envolvimento dos consumidores é porventura o mais crítico e o mais denso do mercado único da energia", acrescentou, considerando esses clientes "um activo crítico para o sucesso" deste projecto comunitário, referiu Cristina Portugal.
"A UE tem caído na tentação de harmonizar regras, o que não garante a harmonização dos resultados", referiu, acrescentando que esta "não é uma harmonia fácil".
A líder do regulador energético adiantou que "a maioria dos consumidores têm que superar vários desafios" para participar neste mercado, "nomeadamente no que diz respeito à sua literacia".
No entanto, a transição para este mercado de energia trasparente tem que ser feito de forma "sustentável e sustentada" de forma económica e ainda existe um "longo caminho a percorrer", acrescentou a Presidente da ERSE.
A formação de um mercado único de energia que abranja os países-membro da União Europeia é uma das prioridades para Bruxelas, que tem como objetivos "hamonizar e libelizar o mercado energético, tornando-o mais competitivo, centrado nos clientes, (...) com preços baseados nos mercados".
No entanto, a criação do mesmo tem dividido os países membros da UE.
Por um lado, permite eliminar fronteiras na transmissão de energia e facilita a entrada de vários operadores em vários mercados, aumentando a concorrência e beneficiando os consumidores.
Por outro, todo o processo ambiental e energético necessário para a execução desta estratégica não é aceite de forma igual por todos os membros.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)