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LISBOA, 27 Set (Reuters) - A CEO da Media Capital MCP.LS , sob um 'bid' da telecom MEO/Altice ATCA.AS , está confiante que o pluralismo e liberdade de informação em Portugal são a 'norma' e assim continuará, após o CEO da rival Impresa IMPA.LS expressar preocupação sobre as implicações do 'merger'.
"Já fui jornalista (), em Portugal não estou nada preocupada. Pluralismo e liberdade na informação é a norma. O que temos de fazer é continuar independentes na nossa informação", disse Rosa Cullell, CEO da Media Capital, numa conferência em Lisboa.
Antes, Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, disse que a concorrência no acesso a conteúdos e a distribuição dos conteúdos têm de ser assegurados. Frisou: "é importante que qualquer mudança não tenha impacto nos princípios fundamentais. Não há democracia sem liberdade de expressão e pluralismo".
A 14 de Julho, a Altice acordou comprar 94,60 pct detidos pela espanhola Prisa na Media Capital por 440 milhões de euros (ME). Esta participação é transmitida à MEO da PT, que anunciou uma OPA geral sobre o restante capital. ERC-Entidade Reguladora da Comunicação Social está a apreciar a proposta de compra da Media Capital, tendo poder de veto em caso de parecer negativo.
Rosa Cullell alertou: "o que não podemos é deixar de crescer, deixar de ser empresas fortes. Temos de ter parceiros fortes e para levantar investimento para o digital, se não, não vamos conseguir concorrer com a Google, Facebook, Amazon e Yahoo".
Na semana passada, o regulador ANACOM disse que está contra os termos da compra da dona da TVI, Media Capital, pela Altice, alertando que poderá criar "prejuízo" para o consumidores e colocar entraves significativos à concorrência.
"Se olho para o acumulado do ano, o que estou a ver neste país é queda de dois dígitos (nas receitas) nos jornais, de dois dígitos nas revistas. A rádio a aguentar e a crescer um bocado", afirmou a CEO da Media Capital.
"Nós vamos à procura dos hábitos dos espectadores, mas para isso vamos ter de libertar muito investimento. Temos de mudar as organizações. Se não vamos à procura do melhor produto e melhor talento, estamos feitos".
Só as empresas fortes vão conseguir libertar financiamento para conseguir concorrer contra, ou com o Bernardo (Correia, Country Manager da Google). Espero que seja com. E temos de sair para fora, senão a alternativa é desaparecer.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)