Por Toby Melville e William James
LONDRES, 23 Mar (Reuters) - Cinco pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas em Londres, na quarta-feira, de um carro ter atropelado peões e um agressor ter esfaqueado um polícia perto do Parlamento britânico, naquilo que a polícia classificou como um "ataque terrorista".
Entre os mortos estão o polícia que estava a proteger o Parlamento e o agressor que foi baleado por um polícia armado.
As outras três vítimas fatais eram transeuntes atingidos pelo carro na ponte de Westminster, que fica próxima ao Parlamento.
A principal autoridade policial britânica de contraterrorismo, Mark Rowley, disse que a polícia supõe que o agressor agiu inspirado no terrorismo islâmico e que acredita saber a identidade dele, mas o oficial recusou-se a fornecer detalhes.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, chamou o ataque de "doente e perverso".
"A localização desse ataque não foi um acidente", disse ela ao final da noite. "O terrorista escolheu atacar o coração de nossa capital, onde pessoas de todas as nacionalidades, religiões e culturas se reúnem para celebrar os valores da liberdade, da democracia e da liberdade de expressão."
Qualquer tentativa de derrotar esses valores através da violência está "condenada ao fracasso", afirmou May.
O oficial de combate ao terrorismo Rowley disse aos jornalistas que o ataque começou quando um carro foi conduzido pela ponte de Westminster, atingindo e ferindo civis e três polícias.
"O carro atacou perto do Parlamento e pelo menos um homem, armado com uma faca, continuou o ataque e tentou entrar no Parlamento", declarou. "Declaramos isto como um incidente terrorista e o comando antiterrorista está a realizar uma investigação de grande escala."
Este foi o atentado que fez mais mortos em Londres desde que quatro islamistas britânicos mataram 52 passageiros e eles mesmos em atentados suicidas contra o sistema de transporte da cidade em julho de 2005.
Repórteres da Reuters dentro do Parlamento ouviram tiros e pouco depois viram duas pessoas caídas no chão de um pátio próximo, o homem com a faca e o polícia esfaqueado.
Um fotógrafo da Reuters contou ter visto pelo menos uma dúzia de pessoas feridas na ponte. As suas fotos mostraram pessoas deitadas no chão, algumas sangrando profusamente e uma delas debaixo de um autocarro.
Uma mulher foi retirada viva, mas com ferimentos graves, do rio Tâmisa, informou a Autoridade do Porto de Londres.
Três estudantes franceses com idades de 15 e 16 anos estavam entre os feridos, segundo as autoridades de França, e cinco sul-coreanos também ficaram feridos no ataque, informou o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.
O incidente ocorreu no primeiro aniversário dos ataques de militantes islâmicos, que mataram 32 pessoas em Bruxelas.
A Câmara dos Comuns, que estava em sessão na ocasião, foi suspensa imediatamente, e os parlamentares foram instruídos a permanecer dentro do recinto.
O Reino Unido está no seu segundo nível mais alto de alerta, "severo", o que significa que um ataque de militantes é considerado altamente provável. (Reportagem adicional de Kylie Maclellan, Elizabeth Piper, Costas Pitas, Michael Holden, Kate Holton, Elisabeth O'Leary e redação de Londres) (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)