LISBOA, 16 Abr (Reuters) - O governo de Portugal ordenou que os motoristas de caminhões-tanque voltem ao trabalho imediatamente, já que uma grande greve ameaça deixar os principais aeroportos do país sem combustível pouco antes do feriado da Páscoa.
Exigindo melhores direitos trabalhistas, os caminhoneiros iniciaram uma greve na segunda-feira, mas garantiram a operação dos serviços mínimos. Segundo o governo socialista, porém, estes serviços não estão sendo prestados.
Em Faro, um dos maiores polos turísticos portugueses, o aeroporto recorreu a reservas emergenciais de combustível. O aeroporto de Lisboa também foi afetado.
"Nos dois aeroportos, nos quais o fornecimento de combustível não foi garantido, chegamos a níveis críticos de reservas de combustível para o reabastecimento de aeronaves", disse o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, aos repórteres.
O governo disse em um comunicado que a greve também está afetando quartéis de bombeiros, portos, empresas de transporte público e postos de combustível.
"Quero pedir aos caminhoneiros que cumpram a lei e os serviços mínimos determinados que são necessários", disse Siza Vieira, explicando o decreto aprovado que ordenou a volta ao trabalho.
De acordo com o ministro, pode haver cancelamentos de voos nas próximas horas se o abastecimento não for retomado.
A agência aeroportuária ANA está monitorando a situação e pediu aos passageiros partindo de Lisboa ou Faro para verificarem seus voos com as empresas aéreas.
A fornecedora de combustível Prio, que opera em Portugal, disse à agência de notícias Lusa que acredita que quase metade de seus postos ficará sem gasolina ou diesel até o final do dia.
"Isso pode se agravar se o sindicato de caminhoneiros não orientar seus membros a cumprirem a ordem emitida pelo governo para fornecer os serviços mínimos e abastecer os postos", disse a Prio em um comunicado.
A União Nacional de Motoristas de Cargas Perigosas disse que a greve continuará até que suas exigências sejam atendidas.
(Por Catarina Demony)