Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 16 Fev (Reuters) - O dólar passou a operar em alta e se reaproximar dos 3,25 reais nesta sexta-feira, em sintonia com a trajetória da moeda norte-americana no exterior após dados fortes sobre a economia dos Estados Unidos, o que pode trazer de volta a percepção de aumento de juros mais rápido no país, o que poderia afetar o fluxo de capital global.
A cena política interna também continuava no radar dos mercados, com a intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro colocando em risco a votação da reforma da Previdência, que já era vista com muito ceticismo pelos investidores.
Às 12:28, o dólar BRBY avançava 0,27 por cento, a 3,2445 reais na venda, depois de ir a 3,2191 reais na mínima deste pregão e a 3,2486 reais na máxima. O dólar futuro DOLc1 era negociado em alta de cerca de 0,30 por cento.
"Os dados dos EUA vieram bons e puxaram a moeda lá fora. Aqui acompanhou", disse o profissional de uma corretora local, ao citar os dados de início de construção de novas moradias nos EUA, que saltaram 9,7 por cento em janeiro. exterior, o dólar firmou alta ante uma cesta de moedas .DXY depois de ter atingido mais cedo o menor nível desde dezembro de 2014. Na semana, o índice caminhava para perder cerca de 2 por cento, maior declínio desde fevereiro de 2016. semana passada, a moeda norte-americana chegou a saltar à casa de 3,30 reais após dados econômicos mais fortes nos Estados Unidos alimentarem percepções de que o Federal Reserve, banco central do país, poderia elevar os juros num ritmo mais forte do que o esperado. Mas esse cenário perdeu fôlego nesta semana.
Juros maiores tendem a atrair para a economia norte-americana recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Internamente, os investidores também estavam acompanhando as negociações sobre a votação da reforma da Previdência, agora afetada pela intervenção do governo na segurança pública do Rio de Janeiro uma vez que a Constituição veta emendas constitucionais na vigência de intervenção federal. governo batalhava para colocar a matéria em votação até o final deste mês, mas ainda não havia conseguido o apoio político mínimo.
"Pode não ter votação da Previdência, mas o mercado já não estava muito confiante que isso aconteceria", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.
O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de março. Desta forma, já rolou 2,850 bilhões de dólares do total de 6,154 bilhões de dólares que vencem no mês que vem. esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora. (Edição de Patrícia Duarte)