(Acrescenta comentário director gestão activos Banco Carregosa)
LISBOA, 14 Nov (Reuters) - Portugal colocou 1.250 milhões de euros (ME) de Obrigações do Tesouro a 5 e 10 anos, com a taxa da maturidade mais longa a cair e a fixar abaixo dos níveis do mercado secundário, apesar da pressão altista nas 'yields' italianas devido à disputa orçamental entre Roma e Bruxelas.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública-IGCP colocou 498 ME de OT a 5 anos e 752 ME a 10 anos. O montante indicativo previsto oscilava entre 1.000 ME e 1.250 ME.
O IGCP tinha referido que com este leilão, tenciona pagar antecipadamente parte do empréstimo do FMI.
"A procura foi muito boa e o Tesouro português conseguiu os 1250 milhões de euros pretendidos. Continua a ser muito positivo a emissão de dívida de médio (5 anos) e de longo prazo (10 anos) a taxas baixas. É assim que se consegue reduzir o custo médio da dívida portuguesa", disse Filipe Silva, diretor de gestão de activos do Banco Carregosa.
Segundo o IGCP, a taxa da maturidade mais curta, de 5 anos, situou-se em 0,702 pct, contra 0,647 pct no anterior leilão em 12 de Setembro, enquanto a da mais longa, a 10 anos, fixou em 1,908 pct, versus 1,939 pct no último leilão comparável realizado a 10 de Outubro.
"Emitimos em linha com o mercado e de acordo com as nossas expectativas que eram de uma taxa inferior a 0,8 pct na dívida a 5 anos e abaixo dos 2 pct na dívida a 10 anos. A taxa a 5 anos subiu ligeiramente e a dos 10 desceu um pouco, variações sem grande significado", afirmou Filipe Silva.
"O prémio de risco da dívida portuguesa não está a subir, apesar da situação italiana, aliás, mesmo o spread da dívida italiana não está a alargar", acrescentou.
A 'yield' das OT de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue estável 1,955 pct, enquanto a taxa italiana do 'benchmark' desta maturidade está hoje a subir quatro pontos base para 3,49 pct.
A colocação dos 'bonds' mais curtos teve um rácio bid-to-cover de 2,33 vezes face 3,76 vezes no leilão de anterior, enquanto a procura excedeu a oferta em 1,91 vezes na maturidade mais longa versus 2,78 vezes antes.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)