Investing.com - A semana arrancou com perdas generalizadas entre as praças europeias de referência, dominadas por uma “maré vermelha.”
À espera de saber quem será o parceiro de coligação de Angela Merkel os mercados são o reflexo da incerteza. A chanceler ganhou as eleições legislativas deste domingo, mas sem conseguir maioria absoluta. O partido democrata-cristão de Merkel obteve o melhor resultado desde a reunificação, mas terá de pensar num cenário de coligação, até porque os parceiros do FDP não conseguiram passar a barreira dos 5% e vão ficar de fora do Bundestag. O caminho mais certo parece ser agora o de uma coligação com os sociais-democratas, que conseguiram 25,7% dos votos, ou com os “Verdes.”
Por cá, Lisboa acompanhou o desempenho externo e com um tombo de 0,79% registou um dos piores desempenhos no velho continente. O PSI20 fechou nos 5.997,20 pontos, com apenas três cotadas em alta, 15 em baixa e duas inalteradas.
A castigar o mercado nacional esteve sobretudo o BCP, regredindo 2,04% para 0,096 euros. O BES também recuou, embora de forma menos expressiva, 1,21% para 0,818 euros. BPI e ESFG fizeram a diferença no setor da banca somando 0,95% e 0,37% para 0,959 euros e 5,199 euros respetivamente. O trio de ganhos na praça lisboeta ficou completo com a subida de 10% das ações do Banif para 0,011 euros.
A limitar as negociações estiveram também os pesos pesados Jerónimo Martins e Galp. Os papéis da dona dos supermercados Pingo Doce cederam 0,72% para 15,115 euros enquanto os da petrolífera derraparam 0,84% para 12,44 euros.
No remanescente do setor energético, a EDP caiu 0,7% para 2,694 euros enquanto a subsidiária EDP Renováveis deslizou 0,41% para 3,87 euros.
A Portugal Telecom registou a queda mais tímida no setor das telecomunicações, 0,18% para 3,413 euros. Sonaecom e Zon Optimus depreciaram 0,62% e 0,39% com as ações a valerem 2,088 euros e 4,362 euros respetivamente.
A Cofina fechou a sessão inalterada nos 0,45 euros, tal como a REN, estável nos 2,19 euros.
No velho continente, o índice Eurostoxx 50, que representa as principais empresas da Zona Euro, agravou as perdas e fechou a recuar 0,71%, nos 2,906,35 pontos. Isto no dia em que se soube que a atividade económica na zona euro acelerou em setembro.
O índice PMI para a zona euro subiu para 52,1 pontos, contra os 51,5 pontos que tinham sido registados no mês anterior, deixando antever um cenário de que o bloco da moeda única venha a confirmar a saída da recessão no terceiro trimestre.
Paris esteve próximo das perdas registadas em território nacional, com o CAC a ceder 0,75%. O IBEX caiu 0,68% e o FTSE londrino 0,59%. O DAX regrediu 0,47% e o MIB italiano 0,32%.
Os receios de interrupção dos estímulos à economia nos Estados Unidos voltavam a estar à cabeça dos investidores, do lado de lá do Atlântico. Wall Street negociou em terreno positivo impulsionado pelas tecnológicas, mas inverteu depois a tendência, com o índice industrial Dow Jones a regredir 0,32% e o tecnológico Nasdaq 0,42%. O S&P500 cedia 0,60%.
O presidente da FED de Atlanta, Dennis Lockhart, profere ainda hoje um discurso, à semelhança do líder da Reserva Federal de Nova Iorque. Dessas palavras deverão sair pistas sobre o rumo da política monetária.