BRUXELAS, 2 Dez (Reuters) - Os preços na indústria da zona euro subiram para o nível mais elevado em mais de quatro anos no mês de Outubro, com os preços de energia a aumentarem, um sinal positivo para o Banco Central Europeu na sua luta contra a baixa inflação.
O Instituto de Estatística Europeu disse esta sexta-feira que os preços à saída das portas das fábricas nos 19 países que partilham o euro subiram 0,8 pct em termos mensais em Outubro, e caíram 0,4 pct em termos homólogos.
Ambos os dados saíram acima das previsões do mercado. Os economistas sondados pela Reuters previram em média uma subida mensal de 0,2 pct e um declínio homólogo de 1 pct.
Em Setembro, os preços no produtor subiram 0,1 pct em termos mensais e caíram 1,5 pct face há um ano atrás.
O disparo dos preços no produtor numa base mensal é o maior desde Agosto de 2012. Os preços da energia, que aumentaram 2,6 pct, foram a componente mais forte.
O declínio homólogo foi o mais pequeno desde Julho de 2013m com a descida dos preços de energia limitado a 1,5 pct.
Os preços no produtor indicam a tendência dos preços no consumidor, porque, a não ser que sejam absorvidos por intermediários e retalhistas, as mudanças traduzem-se directamente nos preços finais dos bens e serviços dos consumidores.
O Banco Central Europeu quer manter a inflação próxima mas abaixo de 2 pct num horizonte de dois anos. A inflação fixou-se em máximos de 31 meses em Novembro, nos 0,6 pct. O BCE tem vindo a imprimir dinheiro para comprar obrigações da zona euro e injectar mais fundos na economia para acelerar o crescimento de preços.
Em termos mensais, os preços de bens não-duráveis, como vestuário, subiram 0,3 pct, e os bens duráveis e intermédios aumentaram 0,1 pct. Os preços de bens de capital, como maquinaria, permaneceram inalterados.
(Por Philip Blenkinsop; Traduzido em português por Daniel Alvarenga)