LISBOA, 26 Set (Reuters) - Os chineses estão encabeçando a lista de novos moradores não-europeus de Portugal, graças a investimentos que ajudaram a alimentar um boom imobiliário resultante de um esquema vantajoso de "vistos de ouro" que também está criando tensão política em casa.
Cifras do Ministério do Interior divulgadas nesta quarta-feira mostraram que os 6.498 não-europeus que receberam vistos de residência desde que Portugal lançou o esquema em 2012 geraram 4,7 bilhões de dólares em investimentos, a maioria em propriedades.
Os chineses representaram o maior grupo, com 3.936 vistos de residência concedidos, seguidos pelos brasileiros com 581 e os sul-africanos com 259. Os turcos contemplados foram 236, e os russos 227.
O programa recebeu críticas dos Comunistas da extrema-esquerda e do Bloco de Esquerda, dois partidos pequenos que apoiam o governo socialista minoritário.
Mas não há indício de que Lisboa pretenda encerrar o esquema lucrativo, que vem proporcionando um fluxo constante de investimentos, particularmente no setor imobiliário.
O esquema de Portugal dá acesso à residência por meio de um investimento em propriedade de ao menos 500 mil euros, que ainda permite viagens sem visto no Espaço Schengen da Europa.
Espanha, Malta e Chipre também têm seus programas de visto de ouro.
(Por Axel Bugge)