Os Governos descobriram biliões de dólares em fundos offshore desde que começaram a partilhar em larga escala dados bancários, em setembro. A informação foi dada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
De acordo com a OCDE, na luta contra a fraude fiscal, entre 2009 e 2018, graças a divulgações voluntárias, já tinham sido descobertas 500 mil contas bancárias e recuperados 95 mil milhões de dólares.
Pascal Saint-Amans, diretor do Centro de Política e Administração Fiscal da organização, realça: "Hoje temos 100 países, a nível mundial. que fazem aquilo a que nós chamamos a troca automática de informações. E este número abarca todos os países desenvolvidos, do G20, todos os países emergentes e naturalmente todos os Estados que tinham sigilo bancário. Por que razão não temos todos os países do mundo? Por causa dos países menos desenvolvidos da África ou da Ásia. Ninguém vai esconder lá dinheiro. Temos todos os países onde é provável encontrar pessoas que escondam o dinheiro. Por isso, não há falhas no sistema. Há sempre ladrões, pessoas que vão tentar esconder-se, mas eles vão fazer isso através dos circuitos criminais".
A troca automática de informações envolve 4500 acordos e 130 países. Entrou em vigor setembro do ano passado. A informação trocada inclui saldos e transações num valor total de 5 biliões de euros.