EUA e Arábia Saudita procuram estreitar laços financeiros com visita de Trump a Riade

Publicado 13.05.2025, 08:56
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O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, vai chegar à Arábia Saudita na terça-feira, antes das deslocações ao Catar e aos Emirados Árabes Unidos no final da semana, numa altura em que Washington procura obter mais investimentos dos Estados do Golfo.

O presidente dos EUA tencionava fazer da visita à Arábia Saudita a sua primeira paragem oficial no estrangeiro desde a sua tomada de posse, mas a morte do Papa Francisco levou-o a antecipar a sua viagem a Roma.

Depois de ter acalmado as tensões comerciais com a China durante o fim de semana, Trump vai reunir-se com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que já prometeu investir 600 mil milhões de dólares nos EUA nos próximos quatro anos, embora Trump tenha dito que gostaria de aumentar esse valor para mil milhões de dólares.

O Fundo de Investimento Público (PIF), o fundo soberano da Arábia Saudita, já detém investimentos significativos nos EUA, tendo investido numa série de empresas, incluindo a Uber (NYSE:UBER).

Mesmo assim, os especialistas têm questionado se o objetivo de 600 mil milhões de dólares é realista. A Arábia Saudita está, nomeadamente, a lutar contra a baixa dos preços do petróleo, em parte devido à guerra tarifária de Trump.

O que é que a Arábia Saudita vai procurar?

Com a visita de Trump a Riade, a Arábia Saudita procurará garantir o investimento americano para o seu programa Visão 2030, que procura diversificar a sua economia demasiado dependente do petróleo.

A Arábia Saudita pretende assegurar mais de 100 mil milhões de dólares em investimento direto estrangeiro (IDE) anualmente até 2030, concentrando-se numa série de setores, incluindo as indústrias mineira, do turismo e do entretenimento.

Também espera tornar-se líder em tecnologia e Inteligência Artificial, o que significa que o país quer ter maior acesso aos semicondutores dos EUA.

Trump já está a fazer movimentos conciliatórios, uma vez que, na semana passada, eliminou as restrições às exportações de chips avançados dos EUA para uma série de países, incluindo a Arábia Saudita.

As restrições, introduzidas pelo antigo presidente Joe Biden por razões de segurança nacional, tinham como objetivo dificultar o acesso das empresas chinesas aos semicondutores americanos através de países terceiros.

Também na lista de desejos de Riade está a melhoria do acesso ao equipamento militar dos EUA - uma ambição que Trump parece apoiar. No mês passado, líder da Casa Branca assinou uma ordem executiva para flexibilizar as regras relativas à exportação de equipamento militar.

De acordo com o comité do Fórum de Investimento, os EUA já investiram 54 mil milhões de dólares de IDE na Arábia Saudita, o que representa quase um em cada quatro dólares de IDE no país do do Médio Oriente.

Quem vai intervir no fórum e qual o programa?

O fórum de terça-feira vai centrar-se numa série de tópicos, incluindo sustentabilidade, Inteligência Artificial (IA) e tecnologia aeroespacial, defesa e cuidados de saúde.

Vários governantes sauditas irão intervir, nomeadamente o ministro da Energia, o Príncipe Abdulaziz bin Salman, o ministro do Investimento, Khalid Bin Abdulaziz Al-Falih, e o ministro das Finanças, Mohammed Al-Jadaan.

Os oradores norte-americanos incluem os diretores-executivos Stephen A. Schwarzman, Larry Fink, Jane Fraser e Arvind Krishna, que dirigem a Blackstone, a BlackRock (NYSE:BLK), o Citigroup e a IBM (NYSE:IBM), respetivamente.

Ruth Porat, a CIO da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Google, também falará, juntamente com o czar da IA e criptografia da Casa Branca, David Sacks.

Mais de 2 mil delegados estarão presentes.

Próximas viagens de Trump a outros Estados do Golfo

Na quarta-feira, 14, Trump participará numa cimeira de líderes do Golfo, também em Riade, antes de viajar para o Catar. O presidente norte-americano terminará a sua viagem de 15 de maio nos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Os EAU prometeram investir 1,4 mil milhões de dólares nos EUA ao longo de 10 anos, enquanto o Catar deverá apresentar a sua promessa ainda esta semana.

O Catar também ofereceu a Trump um avião de 400 milhões de dólares para substituir o Air Force One. O líder da Casa Branca afirmou que o avião seria uma solução temporária na sequência de atrasos num avião Boeing (NYSE:BA). No entanto, os democratas classificaram a oferta como corrupção e uma potencial violação da Constituição dos EUA.

Os Estados do Golfo esperam aprofundar os laços com os EUA, depois de terem notado a falta de apoio de Washington durante o primeiro mandato de Trump.

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