LISBOA, 4 Mai (Reuters) - A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 3,42 pct, contra 3,49 pct no último fecho, beneficiando da consolidação do favoritismo do centrista Emmanuel Macron nas Presidenciais Francesas, após uma sólida performance no debate com Marine Le Pen.
O 'spread' entre a dívida a 10 anos de França e da Alemanha apertou para o nível mais baixo em cinco meses e os 'yields' soberanos de França recuaram depois de uma sondagem da Elabe para a BFMTV ter mostrado que 63 pct dos telespectadores acharam Macron mais convincente num debate esta quarta-feira.
Macron é pró-euro e pró-União Europeia, ao contrário de Le Pen, e lidera confortavelmente as intenções de voto nas eleições de Domingo.
Portugal emergiu como o soberano com a melhor performance da zona euro no mercado de obrigações, excluindo as pouco líquidas obrigações da zona euro, ajudado pela melhoria da economia, a queda do seu défice e o desvanecer do risco de desmembramento do bloco da zona euro. obrigações a 10 anos de Portugal apresentaram um retorno um pouco acima de 4 pct este ano, enquanto que a maioria dos pares da zona euro apresentam retornos negativos, segundo dados da Thomson Reuters.
Gráfico: maturidades mais curtas, a cinco PT5YT=TWEB e dois anos PT2YT=TWEB , as 'yields' que reflectem o prémio de risco soberano de Portugal seguem, respectivamente, nos 1,85 e 0,38 pct.
A 'yield' do 'Bund' alemão está nos 0,38 pct, face a 0,33 pct e a dos US Treasuries está em 2,34 pct, de 2,31 pct no último fecho.
Segundo dados da Starmine PTGV1YDP=SM , a probabilidade de 'default' de Portugal nos próximos 12 meses segue nos 5,81 pct, contra 3,5 pct em Dezembro de 2016 e em comparação, por exemplo, com a probabilidade de 0,18 pct da Alemanha DEGV1YDP=SM .
Tabela com 'yields': Obrigações Tesouro
Yield
Yield
Actual (%)
Anterior (%) Portugal 10 anos
+3,42
+3,49 PT10YT=TWEB
Portugal 5 anos
+1,85
+1,94
PT5YT=TWEB
Portugal 2 anos
+0,38
+0,42
PT2YT=TWEB
Alemanha 10 anos
+0,38
+0,33
DE10YT=TWEB
Espanha 10 anos
+1,60
+1,62 ES10YT=TWEB
Itália 10 anos
+2,26
+2,27 IT10YT=TWEB
Grécia 10 anos
+6,07
+6,10 GR10YT=TWEB
Probabilidade 'Default' Dados StarMine ThomsonReuters
Período
Portugal Espanha Grécia Itália França Alemanha 12 Meses 5,81%
2,45%
13,03% 2,50% 0,39% 0,18 % 2 anos
5,71%
2,23%
18,77% 2,62% 0,28% 0,10% 3 anos
6,59%
3,39%
31,34% 3,13% 0,30% 0,08% 5 anos
8,75%
4,28%
30,30% 3,23% 0,35% 0,08% 7 anos
8,86%
4,69%
28,35% 3,12% 0,35% 0,07% 10 anos 9,03%
4,91%
25,03% 3,59% 0,38% 0,07% Rating implícito de Portugal: B
NOTA TÉCNICA:
O modelo de risco soberano da StarMine avalia um vasto conjunto de dados macro económicos, de mercado e políticos para estimar a probabilidade de um Governo Soberano incumprir o pagamento da sua dívida num determinado período de tempo.
O modelo produz estimativas da probabilidade anualizada de 'default' e traduz a probabilidade numa notação soberana tradicional.
Este modelo utiliza uma arquitectura de regressão, que inclui o histórico de mais de 30 anos de eventos de crédito soberano, incluindo 'defaults', ou seja pagamentos falhados, reestruturações sob stress, ou seja dívida emitida em termos menos favoráveis, e recalendarizações de dívida sob os auspícios do Clube de Paris.
Os 'drivers' primários são dados macro económicos do 'datastream' da ThomsonReuters. Também são usados dados adicionais de mercado e de risco político para gerar um quadro completo do risco soberano.
Em termos específicos, inclui:
* Nível e mudanças no montante de dívida soberana face ao Produto Interno Bruto.
* Dimensão e crescimento da economia do país
* O nível de crédito providenciado pelos bancos do sector privado
* O nível e variações de reservas cambiais
* O nível de consumo público face ao consumo privado
* Importação de bens e serviços relativamente ao Produto Interno Bruto.
* Taxa de inflação e poder de compra da moeda
* Mudança anual da taxa de câmbio
* Reservas face às importações
* PIB per capita
* Nível de desemprego
* Risco político integrado medido pelo Thomson Reuters World-Check (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)