Líderes mundiais e gigantes da tecnologia reúnem-se em Paris para cimeira da Inteligência Artificial

Publicado 10.02.2025, 14:42
Atualizado 10.02.2025, 15:10
© Reuters.

Líderes mundiais, executivos da indústria tecnológica e cientistas reúnem-se em Paris para uma cimeira de dois dias destinada a debater o impacto da Inteligência Artificial (IA) na segurança, economia e governação mundiais.

A cimeira, que é co-organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, decorre numa altura em que os gigantes da tecnologia disputam a supremacia neste setor em rápida evolução e em que o lançamento da DeepSeek pela China, no mês passado, mostrou a capacidade do país para rivalizar com os principais atores ocidentais, como o ChatGPT.

Chefes de Estado, altos funcionários governamentais, diretores executivos e cientistas de cerca de 100 países participam na cimeira, que teve início esta segunda-feira.

Entre os participantes destacam-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e o vice-presidente dos EUA, JD Vance.

Vance, que realiza a primeira viagem ao estrangeiro desde que assumiu funções, chegou a Paris com a mulher e os três filhos e foi recebido em França, na manhã desta segunda-feira, por Manuel Valls, ministro do Ultramar, e pelo encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, David McCawley.

Espera-se que a cimeira dê a alguns líderes europeus a oportunidade de se encontrarem com Vance pela primeira vez. Em antecipação à mesma, o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, foi recebido no Palácio do Eliseu.

Macron deu o mote para a cimeira no domingo, numa entrevista à televisão nacional France 2. “Estamos a viver uma revolução tecnológica e científica a que raramente assistimos.”

Na sua ótica, França e a Europa devem aproveitar a oportunidade, porque a IA “vai permitir-nos viver melhor, aprender melhor e cuidar melhor, e cabe-nos a nós colocar esta Inteligência Artificial ao serviço dos seres humanos”.

A cimeira de Paris, que conta com a participação de grandes nomes como a Google (NASDAQ:GOOGL), a Microsoft (NASDAQ:MSFT) e a OpenAI, tem como objetivo acelerar o progresso da IA em áreas como a cultura, a saúde e o ambiente.

O evento será utilizado como plataforma para lançar uma parceria de “interesse público” denominada “Current AI”, com um investimento inicial de 387 milhões de euros (400 milhões de dólares). A iniciativa visa angariar 2,5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos e envolverá governos, empresas e grupos filantrópicos que fornecerão acesso de código aberto a bases de dados, software e outras ferramentas a atores de IA “confiáveis”, de acordo com o gabinete de Macron.

Europa na luta por um lugar de destaque no setor da IA

Enquanto os titãs da tecnologia lutam pelo domínio da indústria tecnológica em rápida evolução, os organizadores da cimeira francesa também querem que as grandes decisões de investimento venham da Europa.

Querem fazer da região um sério concorrente numa indústria que está a ser cada vez mais moldada pela crescente concorrência entre os EUA e a China.

“A Europa vai acelerar, França vai acelerar e, por isso, nós, França, vamos anunciar amanhã, nesta cimeira, um investimento de 109 mil milhões de euros na Inteligência Artificial nos próximos anos”, afirmou Macron, no domingo.

O líder francês explicou ainda que a IA irá assumir as tarefas mais pesadas e repetitivas nos sistemas de saúde e nas profissões de auxílio, libertando os prestadores de cuidados para supervisionar os robôs e cumprir funções que só podem ser desempenhadas por humanos. Esta mudança irá criar espaço para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, acrescentou.

Presidente francês, Emmanuel Macron, em reunião com o vice-primeiro-ministro chinês Zhang Guoqing, no Palácio do Eliseu, à margem da cimeira. Mohammad Badra/AP

Entretanto, em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, manifestou, esta segunda-feira, a oposição a quaisquer medidas para restringir o acesso a ferramentas de IA, especialmente depois de o lançamento da DeepSeek ter suscitado apelos, no Congresso dos EUA, para limitar a sua utilização por razões de segurança.

“Opomo-nos a traçar linhas ideológicas e opomo-nos a alargar excessivamente os conceitos de segurança nacional e a politizar questões económicas e comerciais”, referiu Guo.

Afirmou ainda que a China defende a tecnologia de IA de código aberto e promove a acessibilidade dos serviços de IA para compartilhar os benefícios da Inteligência Artificial com todos os países.

Por seu lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, sublinhou o desejo de fazer dos EUA a “capital mundial da Inteligência Artificial”, explorando as suas reservas de petróleo e gás para alimentar a tecnologia, que consome muita energia.

A ascensão da DeepSeek foi vista pelos analistas e observadores tecnológicos como uma mudança no ecossistema da IA, especialmente à luz da lógica concorrencial em vigor entre os EUA e a China.

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