Por Tommy Wilkes e Dhara Ranasinghe
LONDRES, 18 Jun (Reuters) - A Itália pode evitar medidas disciplinares da Comissão Europeia em relação a seus planos de gastos persistindo com sua meta de déficit orçamentário, mas Roma precisará cortar gastos em vez de aumentar impostos, disse o ministro da Economia italiano, Giovanni Tria, nesta terça-feira.
A União Europeia parece cada vez mais propensa a impor procedimentos disciplinares à Itália sobre a administração de sua enorme dívida pública, após reuniões inconclusivas na sexta-feira entre o ministro das Finanças italiano e seus parceiros da UE.
Falando a investidores de títulos e banqueiros em uma conferência em Londres, Tria procurou tranquilizar a comunidade financeira internacional de que a Itália não vai violar as regras europeias.
Uma desaceleração inesperada no crescimento do país no ano passado significou que a Itália não conseguiria cumprir as regras fiscais da União Europeia, mas um aumento nas receitas fiscais e gastos menores do que o esperado em programas de assistência social em 2019 mostram que a Itália está no caminho certo.
"Vamos ter os compromissos aprovados pelo Parlamento", disse ele à Reuters durante a conferência, quando questionado se Roma precisará apresentar novos compromissos para evitar ações disciplinares por parte de Bruxelas.
"Para o próximo ano, temos que indicar qual dos instrumentos (iremos usar)", disse Tria, acrescentando que prefere cortar gastos em vez de aumentar impostos para atingir uma meta de déficit orçamentário de cerca de 2,1% do PIB.
Tria também pediu aos investidores que evitem o "barulho" que vem da coalizão governista em Roma, na qual partidos populistas da extrema direita e esquerda governam em uma aliança desconfortável e, em vez disso, concentrem-se nos compromissos reais de gastos do governo.