LISBOA, 18 Jul (Reuters) - Portugal fez um progresso económico e orçamental impressionante e o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer mais do que os 2,5 pct estimados pelo Banco de Portugal (BP), disse o Comissário Europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, qualificando a estratégia do país para lidar com os NPLs como "ambiciosa".
Pierre Moscovici referiu, após um encontro com o governador do BP, que "há necessidade, não só de continuar a descida do défice nominal, mas também reduzir o défice estrutural".
"O progresso feito por Portugal é muito impressionante (...)O crescimento será provavelmente acima de 2,5 pct para este ano", disse o Comissário Europeu em conferência de imprensa.
"Há factores estruturais que sustentam o crescimento agora em Portugal (...) Estou optimista, estou impressionado. A economia portuguesa está numa posição sólida. Esta economia portuguesa é uma economia em que a Comissão Europeia pode confiar", disse o Comissário Europeu.
Em Maio, a Comissão Europeia ainda manteve uma previsão de crescimento do PIB português de 1,8 pct em 2017.
Moscovici frisou que a Comissão Europeia "não propurá uma política orçamental adversa ao crescimento", frisando: "esta comissão está para ajudar o crescimento e o emprego (...) esta Comissão é uma Comissão 'pró-emprego".
O Comissário urgiu o país a prosseguir as reformas, nomeadamente no mercado de trabalho com a redução da fragmentação do mercado laboral, sendo também necessário atacar o desemprego de longa duração.
O Comissário Europeu referiu que falou com o governador do BP, Carlos Costa, a estratégia de Portugal para lidar com o problema dos 'non performing loans' (NPLs), vincando que este "não é só um problema português".
"O meu sentimento é que a estratégia de Portugal (para NPLs) é ambiciosa e vai no sentido correcto", afirmou Moscovici.
"Não vou comentar as medidas precisas que serão tomadas pelas autoridades portuguesas. Primeiro, o racio de NPLs está a reduzir e isso é positivo. Não entrámos em nenhuma discussão de qualquer 'bad bank'", frisou.
Portugal está a preparar uma solução sistémica abrangente para o elevado malparado, que passará por criar uma plataforma para os bancos gerirem em conjunto os 'non performing loans' (NPL), recusando a criação de um 'banco mau' ou veículo com fundos públicos, disse recentemente o secretário de Estado Adjunto e das Finanças.
(Por Sérgio Gonçalves)