Por Elizabeth Piper e William James
BIRMINGHAM, Inglaterra, 2 Out (Reuters) - O Reino Unido não aceita ser intimidado, disse o ministro do Brexit, Dominic Raab, na segunda-feira, intensificando as críticas do governo à União Europeia por pressionar a primeira-ministra, Theresa May, e dificultar as conversas sobre a separação britânica do bloco.
Todos os ministros de May saíram da conferência anual do partido, realizada na cidade de Birmingham, alertando que defenderão a saída da UE sem um acordo se esta não mostrar "respeito" nas negociações da desfiliação.
Faltando seis meses para o Reino Unido deixar a UE, a maior mudança nas políticas externa e comercial do país em mais de 40 anos, May enfrenta críticas crescentes às suas propostas – não só no seu partido governamental, mas também em Bruxelas.
A unidade partidária está na mente dos ministros britânicos, que estão a estimular os correlegionários a direcionarem a sua revolta contra a UE, e não contra a primeira-ministra, que alguns conservadores eurocépticos acusam de conduzir a nação rumo a um "Brexit só no nome".
Mas o novo tom estridente aborreceu muitos em Bruxelas, especialmente quando o ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, comparou o bloco à União Soviética, a mestra de vários Estados do leste europeu que via a filiação à UE como uma medida da sua liberdade.
Outros ministros, como o titular das Finanças, Philip Hammond, adoptaram um tom mais ameno, enfatizando que sair sem um acordo poderia prejudicar a economia do Reino Unido, a quinta maior do mundo.
Mas Raab disse que pediu à UE para igualar a "ambição e o pragmatismo" que o Reino Unido mostrou nas propostas de Chequers, assim chamadas em referência à casa de campo onde May delineou um acordo com os seus ministros em julho.
Texto integral em inglês: para português por Sérgio Gonçalves)