(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 7 Nov (Reuters) - A Caixa Económica Montepio (LS:MPIO) Geral (CEMG) colocou, em "condições competitivas", uma carteira de créditos malparados no valor 580,6 milhões de euros (ME), numa securitização em que o J.P.Morgan actuou como estruturador exclusivo e agente colocador, anunciou o banco.
"Esta operação insere-se no processo de redução dos activos não estratégicos da CEMG previsto no respetivo Plano Estratégico 2016-18", afirmou em comunicado.
Adiantou que "esta titularização foi sujeita ao escrutínio público da Moody's e da DBRS, que culminou na atribuição e divulgação pública das respetivas notações de risco".
"A transação 'Evora (SA:PTPA4) Finance NPL' foi a primeira titularização pública de NPL na Península Ibérica e a primeira 'pós-crise' na Europa do Sul, sem qualquer recurso a suporte e/ou garantias do Estado", frisou.
Através da transacção 'Evora Finance NPL', foram alienados 20.169 contratos com um valor médio por contrato de 28.786 euros.
COMPETITIVO
"As condições competitivas de mercado, aliadas à estrutura inovadora da titularização proposta e às elevadas notações atribuídas pelas agências de rating, permitiram atrair um número de investidores sem precedentes, ultrapassando os 50", disse.
Adiantou que "a desagregação do risco da carteira em diferentes categorias permitiu, ainda, atrair um conjunto mais heterogéneo de investidores".
A colocação em mercado das tranches equity e mezzanine ficou concluída no dia 3 de novembro, tendo sido atribuído, pelas agências de notação financeira Moody's e DBRS, nível de investimento ('investment grade') à tranche sénior (Baa3(sf)/BBB(sf)).
Explicou que esta operação foi estruturada através de uma titularização de créditos designada Evora Finance onde a J.P.Morgan actuou na qualidade de estruturador exclusivo e de agente colocador.
Em 10 de Outubro, a CEMG tinha regressado ao mercado de dívida após a ausência de oito anos, emitindo com sucesso 750 ME de 'covered bonds' a 5 anos com fortíssima procura, que abria boas perspectivas para a colocação de uma carteira de 'non performing loans' (NPLs), disse então o CEO José Félix Morgado.
A CEMG teve um lucro líquido de 13 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2017, contra um prejuízo de 67,6 ME há um ano atrás, com um forte aumento da margem financeira e mais comissões, num contexto de redução de custos e imparidades.
O rácio de capital core - 'common equity Tier 1 - ascendeu a 12,6 pct em Junho de 2017, beneficiando do aumento de capital de 250 ME e da redução dos ativos ponderados pelo risco (RWAs) em 1.255 ME.
Os rácios de capital não incorporam, ainda, o efeito estimado de +50 pontos base relativos à adesão ao regime dos activos por impostos diferidos. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)