Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 16 Mai (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista operava sem viés definido nesta terça-feira, com investidores repercutindo os últimos balanços da temporada e tendo as ações da JBS liderando a ponta negativa. O noticiário político ainda seguia tranquilo e agenda de indicadores mais esvaziada, o que abre espaço para alguns ajustes diante das altas recentes.
Às 11:58, o Ibovespa .BVSP caía 0,42 por cento, a 68.188,89 pontos. O giro financeiro era de 2,6 bilhões de reais.
Nos cinco pregões anteriores, o Ibovespa acumulou ganhos de 4,5 por cento, em meio a resultados corporativos e com a perspectiva mais otimista quanto ao avanço da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
"O ambiente político se mostra favorável para as negociações que cercam a reforma previdenciária e a agenda do mercado já coloca como possível a votação em plenário (na Câmara dos Deputados) na última semana de maio ou primeira de junho", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.
DESTAQUES
- JBS ON JBSS3.SA caía 6,5 por cento, após divulgar resultado de primeiro trimestre abaixo do esperado por analistas. A empresa teve lucro líquido consolidado de 486 milhões de reais, após prejuízo de 2,64 bilhões um ano antes. Para analistas do Santander, o resultado foi misto, com o forte desempenho das operações internacionais, principalmente da unidade US Beef, sendo ofuscado por outra performance fraca na América do Sul.
O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou durante a teleconferência com analistas que ainda vê o segundo semestre como uma janela para a realização do IPO das operações internacionais da companhia, mas ressaltou que o negócio ocorrerá quando a avaliação da subsidiária pelos investidores não for afetada por assuntos como as operações da Polícia Federal. PETROBRAS PN PETR4.SA perdia 0,8 por cento PETROBRAS ON PETR3.SA recuava 1,3 por cento, em sessão com leves oscilações para os preços do petróleo no mercado internacional, que tentavam firmar-se no azul diante de expectativa de prolongamento dos cortes da oferta da commodity. Mais cedo, a empresa informou que colocou à venda 100 por cento de sua participação no campo de Azulão, na bacia do Amazonas e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que a Petrobras vai exercer direito de preferência nos dois leilões do pré-sal previstos para 27 de outubro, mas não em todas a áreas leiloadas. O/R
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA cedia 0,8 por cento e BRADESCO PN BBDC4.SA tinha baixa de 0,7 por cento, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso das ações na composição do índice.
- ELETROBRAS PNB ELET6.SA e ELETROBRAS ON ELET3.SA tinham baixa de 3,5 por cento cada, ampliando as perdas da véspera após resultado trimestral CSN ON CSNA3.SA perdia 1,2 por cento, com o desempenho mais fraco do setor de siderurgia após informar que não entregará resultados financeiros auditados do primeiro trimestre no prazo regulamentar e apresentar apenas alguns dados preliminares não auditados. Analistas do BTG Pactual (SA:BBTG11) mantêm recomendação de venda para o papel. CEMIG PN CMIG4.SA recuava 0,8 por cento. A empresa reportou lucro líquido de 342,7 milhões de reais no primeiro trimestre, acima dos 5,2 milhões apurados no mesmo período de 2016, impulsionado principalmente por fortes ganhos com vendas de energia no mercado spot. QUALICORP ON QUAL3.SA avançava 4,2 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa e retomando a trajetória positiva para os papéis no ano, que já acumulam alta superior a 40 por cento até a véspera. O tom positivo ganhou mais impulso no fim da semana passada, após o balanço trimestral que levou analistas do Credit Suisse a elevarem o preço-alvo da ação de 26 para 30 reais. VALE PNA VALE5.SA subia 1,5 por cento e VALE ON VALE3.SA avançava 1,3 por cento, em linha com os futuros do minério de ferro na China. USIMINAS PNA USIM5.SA ganhava 0,7 por cento e GERDAU PN GGBR4.SA tinha alta de 0,3 por cento, também na esteira dos ganhos nos futuros do minério de ferro e do aço na China.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)