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Trabalhadores da Boeing votam acordo que pode pôr fim a sete semanas de greve

Publicado 04.11.2024, 12:37
Atualizado 04.11.2024, 12:40
© Reuters.  Trabalhadores da Boeing votam acordo que pode pôr fim a sete semanas de greve
BA
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Os trabalhadores das fábricas da Boeing (NYSE:BA) estão hoje a votar se aceitam uma nova proposta da empresa ou se continuam a greve, que dura há mais de sete semanas e que interrompeu a produção da maioria dos aviões de passageiros da marca.

Um voto favorável ao acordo abriria caminho para que o gigante aeroespacial retomasse a produção de aviões e tivesse acesso a fundos. Se os membros da Associação Internacional dos Maquinistas e dos Trabalhadores Aeroespaciais votarem pela terceira vez pela rejeição de uma proposta da Boeing, a empresa vai mergulhar num momento de incerteza financeira.

Nesta última proposta de contrato, a Boeing oferece aumentos salariais de 38% durante um período de quatro anos, bem como um bónus de produtividade. A secção regional do sindicato que representa os trabalhadores da Boeing no noroeste do Pacífico apoiou a proposta, que é ligeiramente mais generosa do que a anterior.

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"Chegou o momento de os nossos membros garantirem estes ganhos e declararem vitória com confiança", afirmou o sindicato ao marcar a votação para esta segunda-feira. "Acreditamos que pedir aos membros para permanecerem em greve por mais tempo não seria correto, uma vez que alcançámos tanto sucesso."

Os dirigentes sindicais disseram ter obtido tudo o que podiam através de negociações e da greve e que, se a atual proposta for rejeitada, as futuras ofertas da Boeing podem ser piores. O resultado da votação deve ser anunciado durante a noite desta segunda-feira.

Reembolso das pensões não é negociável

A Boeing rejeitou os pedidos para repor as pensões tradicionais que a empresa congelou há quase uma década. As pensões eram uma questão fundamental para os trabalhadores que votaram contra as propostas anteriores em setembro e outubro.

A greve começou a 13 de setembro com uma rejeição esmagadora de 94,6% da proposta da Boeing de aumentar os salários em 25% ao longo de quatro anos, muito menos do que a exigência inicial do sindicato de aumentos salariais de 40% ao longo de três anos.

Trabalhadores em protesto junto às instalações da empresa em Renton, nos EUA. Lindsey Wasson/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.

Os maquinistas votaram contra outra proposta - aumentos de 35% em quatro anos, mas ainda sem reativação das pensões - a 23 de outubro, o mesmo dia em que a Boeing comunicou um prejuízo de mais de 6 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) no terceiro trimestre. No entanto, a proposta recebeu 36% de apoio, contra 5% da proposta de meados de setembro, o que fez com que os dirigentes da Boeing acreditassem estarem perto de um acordo.

Se os maquinistas ratificarem esta última proposta, vão regressar ao trabalho até 12 de novembro, segundo o sindicato.

A greve - a primeira dos maquinistas da Boeing desde 2008 - é o último revés num ano volátil para a empresa.

A Boeing está a ser alvo de várias investigações federais depois de um tampão de porta ter explodido num avião 737 Max, durante um voo da Alaska Airlines em janeiro. Os reguladores federais impuseram limites à produção de aviões da Boeing até se sentirem confiantes quanto à segurança destes.

O incidente com o tampão da porta renovou as preocupações sobre a segurança do 737 Max. Dois dos aviões caíram com menos de cinco meses de intervalo, em 2018 e 2019, matando 346 pessoas.

O diretor executivo da Boeing anunciou em março que ia deixar o cargo. Em julho, a Boeing concordou em declarar-se culpada de conspiração para cometer fraude por enganar os reguladores que aprovaram o 737 Max.

A Boeing acredita no futuro

A greve criou uma crise de liquidez ao privar a Boeing dos fundos que recebe quando entrega novos aviões às companhias aéreas. A greve nas fábricas da zona de Seattle parou a produção do 737 Max, o avião mais vendido da Boeing, do 777 e da versão de transporte de carga do 767.

O novo diretor executivo, Kelly Ortberg, admitiu que a confiança na Boeing diminuiu, que a empresa tem demasiadas dívidas e que "falhas graves no desempenho" desiludiram muitos clientes das companhias aéreas.

Mas, segundo ele, os pontos fortes da empresa incluem uma carteira de encomendas de aviões avaliada em meio bilião de dólares.

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