O Tribunal de Justiça Europeu confirmou que vai emitir uma decisão muito aguardada sobre o acesso à informação relacionada com a gestão dos contratos de vacinas pandémicas por Ursula von der Leyen na próxima quarta-feira (17 de julho), véspera de uma votação crucial sobre a recondução da presidente da Comissão no Parlamento Europeu.
Vários eurodeputados dos Verdes apresentaram pedidos de acesso aos contratos de vacinas contra a COVID-19 em 2021 negociados pela Comissão Europeia e numa tentativa de compreender os termos e condições dos acordos, mediados pelo executivo da UE.
A decisão deverá estar disponível ao público ao início da tarde de quarta-feira (17 de julho), apenas um dia antes da votação da recondução de von der Leyen em Estrasburgo, que foi esta semana confirmada para quinta-feira, 18 de julho, pela Conferência dos Presidentes do Parlamento Europeu.
No passado, von der Leyen foi criticada pelos legisladores por ter facultado apenas um acesso parcial aos contratos de vacinas, cujas versões editadas foram colocadas online.
Embora von der Leyen tenha sido inicialmente elogiada pelos contratos de vacinas contra a COVID-19, as atenções viraram-se posteriormente para as chamadas e mensagens de texto que partilhou com Albert Bourla, Diretor Executivo da Pfizer (NYSE:PFE), uma vez que os eurodeputados e os meios de comunicação social procuraram obter mais pormenores sobre a forma como os contratos foram negociados.
A Comissão argumentou que as chamadas e as mensagens eram temporárias e não constituíam documentos que necessitassem de ser guardados, mas os eurodeputados contestaram a ideia de que se tratava de elmentos efémeros no Tribunal da UE.
A recondução de Von der Leyen continua a ser discutível até que consiga o apoio de uma maioria simples de deputados europeus em Estrasburgo, na próxima semana.
A situação também representa um dilema para os Verdes, que são considerados cruciais na próxima votação secreta e que ainda estão abertos a apoiá-la.
Os Verdes não discutiram o seu pedido de acesso à vacina numa reunião recente com von der Leyen, confirmou uma fonte do partido à Euronews.
A eurodeputada do PCP, Tilly Metz, afirmou que a decisão não é a principal preocupação do grupo na próxima semana, tendo em conta o contexto mais alargado das negociações para a recondução de von der Leyen.
A eurodeputada dos Verdes, Tilly Metz, que estava entre os deputados que pediram acesso aos documentos, disse à Euronews que aguarda com expetativa a decisão da próxima semana: "O que está em causa é a transparência das instituições públicas quando se trata de questões importantes para o público. Também está em causa o interesse público".
A Comissão Europeia deve funcionar de acordo com os mais elevados padrões de transparência, acrescentou: "Agora é sobre saúde, amanhã pode ser sobre defesa ou outros setores".
O eurodeputado alemão Peter Liese, porta-voz para a saúde do Partido Popular Europeu (PPE) de von der Leyen, disse à Euronews que a responsabilidade da chefe da Comissão era vacinar rapidamente os europeus.
"Não tenho a certeza do que estava no SMS ou do que ela falou com Albert Bourla da Pfizer, mas ela fez um esforço e conseguiu as vacinas, que era o que os europeus esperavam", afirmou.