Por Roberta Rampton
24 Mai (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer que os parlamentares cortem 3,6 milhões de milhões de dólares (MD) em gastos do governo durante a próxima década, tendo como alvo um plano orçamental austero relativo a programas de assistência à saúde e alimentos para os pobres, enquanto impulsiona gastos militares.
Os republicanos que controlam o Congresso dos EUA vão decidir se farão os sensíveis cortes políticos e a proposta na sua forma actual é pouco provável de ser aprovada.
Embora não se espere que sobreviva no Congresso, a proposta coloca números na visão de Trump sobre o tipo de Orçamento, com cortes radicais de assistência do governo aos norte-americanos de baixo rendimento.
Há novos gastos no seu plano para o ano fiscal de 2018, que tem início em outubro.
O Pentágono provavelmente irá receber um aumento de gastos e haverá um pagamento de 1,6 milhões de MD para iniciar a construção de um muro ao longo da fronteira com o México, que foi uma promessa central da campanha presidencial de Trump.
Trump quer equilibrar o Orçamento até o final da década, de acordo com o plano.
A proposta de Trump prevê a venda de metade da reserva de emergência de petróleo dos EUA, criada em 1975 após um embargo de petróleo árabe causar temores de picos de preços. O anúncio surpreendeu os mmercados do petróleo e derrubou brevemente os preços do petróleo dos EUA.
Os republicanos estão sob pressão para cumprir os cortes de gastos prometidos, o pilar da agenda económica pró-empresas do governo Trump, que irá cortar a taxa de impostos de negócios para 15 por cento e reduzir as faixas de impostos das pessoas.
Mas a agenda política tem estagnado à medida que a Casa Branca luta contra as acusações de envolvimento russo na eleição presidencial norte-americana de 2016.
As maiores economias sairiam de cortes do programa de assistência de saúde Medicaid para os pobres, feito como parte de um projeto de lei de saúde republicano aprovado pela Câmara dos Deputados.
Trump quer que os parlamentares cortem mais de 800 milhões de MD do Medicaid e mais de 192 milhões de MD de vale-refeição.
Mick Mulvaney, director do escritório de Orçamentos de Trump, disse que o plano é o primeiro num longo período a prestar atenção aos contribuintes.
"Sim, é preciso ter compaixão pelas pessoas que estão a receber financiamentos federais, mas é também preciso ter compaixão por pessoas que os estão a pagar", disse aos repórteres.
Os líderes republicanos na Câmara disseram que os parlamentares irão conseguir encontrar uma base comum no plano orçamentário.
A senadora Clair McCaskill, democrata do Estado de Missouri, disse que o plano de Trump irá devastar áreas rurais -com os cortes a atingirem directamente hospitais e casas de repouso- e prejudicar eleitores pobres que apoiaram Trump na eleição presidencial do ano passado.
"Isto é uma mudança radical em termos de como nós iremos olhar o cuidado dos mais vulneráveis em nosso país", disse.
Trump procura mais 52 milhões de MD para o Pentágono como parte de um aumento geral dos gastos de defesa de 54 milhões de MD. Isto é quase 10 por cento mais do que o tecto orçamental actual, mas somente 3 por cento acima do que o ex-presidente Barack Obama buscou no seu plano orçamental a longo prazo.
A maior parte dos departamentos do governo terá cortes drásticos, especialmente o Departamento de Estado e a Agência de Proteção Ambiental. (Reportagem adicional de Susan Heavey, Yasmeen Abutaleb, David Shepardson, Timothy Gardner, Ginger Gibson, Jason Lange, Julia Edwards Ainsley e Mike Stone, em Washington, e PJ Huffstutter, em Chicago) (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)