ATENAS, 7 Jul (Reuters) - A Grécia transferiu 25 menores não acompanhados de campos de migrantes sobrelotados para Portugal na terça-feira como parte de um programa de realojamento para países da UE.
Os rapazes, todos com idades entre os 15 e os 17 anos, viviam em campos de refugiados nas ilhas gregas periféricas. Não têm parentes na Europa.
Centenas de milhares de migrantes e refugiados em fuga de países em conflito e pobreza utilizam a Grécia como trampolim para os países europeus em 2015 e 2016, quando um acordo com a Turquia, que a UE fez com que o fluxo fosse interrompido, aprisionando muitos na Grécia.
Pelo menos 5.200 crianças migrantes da Síria, Afeganistão, Iraque e África vivem actualmente na Grécia, muitas delas em condições difíceis.
A transferência de terça-feira faz parte de um plano voluntário para deslocar menores de campos gregos para outros países europeus, perante preocupações sobre o impacto do coronavírus nos grupos vulneráveis.
"A Europa está a cumprir o seu dever para com aqueles que têm maior necessidade e necessitam de protecção", disse Irene Agapidaki, secretária especial responsável pelos menores não acompanhados no ministério grego das migrações.
Ela falava do aeroporto de Atenas depois de se despedir das crianças.
Outro grupo de 25 crianças deverá voar de Atenas para a Finlândia na quarta-feira. A Grécia está em vias de transferir cerca de 1.600 menores desacompanhados que não têm familiares na Europa. Alguns já foram enviados para outros países
O vice-ministro da migração Giorgos Koumoutsakos disse que, para além da deslocação de menores, as autoridades estavam também a seguir um esquema de regresso voluntário para indivíduos que se encontravam em campos nas ilhas gregas e que tinham chegado até 1 de Janeiro de 2020.
Koumoutsakos disse que estavam a ser oferecidos incentivos financeiros aos interessados em regressar a casa. "Esperamos que o primeiro voo deste complexo projecto seja para o Iraque nas próximas semanas", disse Koumoutsakos.
Texto integral em inglês: Lefteris Papadimas; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)