* Importadores aproveitam baixas cotações para comprar dólar
* Mercado espera que alta de juros nos EUA demore mais a acontecer
* Reforma da Previdência até final do mês é bem-vista pelo mercado
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 8 Set (Reuters) - O dólar teve uma sessão de sobe e desce nesta quinta-feira, fechando o dia com alta ante o real, influenciado pela perspectiva de adiamento do processo de aumento de juros nos Estados Unidos e pela compra de moeda norte-americana por importadores atraídos pelos preços atrativos.
O dólar BRBY avançou 0,07 por cento, a 3,2104 reais na venda, após despencar mais de 2 por cento no pregão anterior. Na mínima da sessão, a moeda norte-americana bateu em 3,1656 reais e, na máxima, atingiu 3,2187 reais.
O dólar futuro DOLc1 tinha alta de cerca 0,50 por cento nesta tarde.
"Houve um movimento especulativo no final da manhã, com o BCE e, sobretudo, pela compra de importadores, que aproveitaram o preço baixo", comentou o operador da Spinelli, José Carlos Amado, referindo-se ao Banco Central Europeu.
Em entrevista depois do encontro de política monetária, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que não foi discutido aumentar os estímulos monetários na reunião desta manhã, o que ajudou a pressionar a moeda norte-americana. a tarde, o dólar voltou a trabalhar pressionado, abandonando a queda que predominou por mais tempo nesta quinta-feira e que vem sendo bancada pela perspectiva de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve elevar os juros da maior economia do mundo tão cedo, mantendo a atratividade aos investidores globais de outros mercados que oferecem maiores rendimentos, como o Brasil.
Na véspera, o Fed divulgou seu Livro Bege e informou que a economia dos Estados Unidos expandiu a um ritmo modesto em julho e agosto, mas que havia poucos sinais de que as pressões salariais estão sendo sentidas além dos postos de trabalho altamente qualificados. a manhã, foi divulgado que o número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, indicando força sustentada do mercado de trabalho, mesmo com o ritmo de crescimento desacelerando. tendência natural do dólar é de queda por causa do Fed e temos visto fluxo de entrada de recursos no país, mas movimentos pontuais, como o de importadores nesta manhã, acabam dando sustentação à moeda", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
No fronte interno, a queda da moeda norte-americana ante o real também foi favorecida pela notícia de que o governo de Michel Temer vai encaminhar a proposta de reforma da Previdência até o final do mês, antes das eleições municipais, considerada um dos principais pontos para colocar as contas públicas do país em ordem. outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou como "inócua" a proposta, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, argumentando que ela somente dar entrada na Casa no início de outubro mesmo. Banco Central realizou pela manhã nova oferta de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares. (Edição de Patrícia Duarte)