LISBOA, 6 Out (Reuters) - As quedas dos CTT CTT.LS , da telecom NOS NOS.LS e da família EDP (SA:ENBR3) EDP.LS levaram a praça portuguesa .PSI20 a perder 0,82 pct, liderando as desvalorizações entre as pares europeias, enquanto os juros soberanos dispararam para máximos desde o 'Brexit', segundo dealers.
* O índice Eurofirst300 .FTEU3 , que agrupa as 300 maiores cotadas do Continente, caiu 0,25 pct e o índice Stoxx 600 .STOXX recuou 0,4 pct com as 'telecoms' e as 'utilities' a liderarem as perdas, embora a easyJet EZJ.L tivesse liderado as quedas entre as acções.
A companhia aérea 'low cost' afundou 7 pct, castigada pelo anúncio de que o lucro deste ano deverá cair 25 pct, a maior queda desde 2009, devido às questões de segurança na Europa e efeitos cambiais.
* Em sentido contrário, o sector financeiro fechou em alta, apoiado numa nota de research favorável para a banca, realçando que "é altura de comprar" os bancos europeus. Em Lisboa, destaque para a queda de 2,11 pct dos CTT, de 1,96 pct da Pharol PHRA.LS , de 1,46 pct da NOS NOS.LS .
* Nota ainda para mais um tombo da família EDP, tendo a Energias de Portugal recuado 1,56 pct e a EDP Renováveis (LS:EDPR) perdido 1,39 pct, pressionada ainda pelos receios sobre o alargamento da Contribuição Extraordinária do Sector Energético para as renováveis.
* As acções da Galp Energia GALP.LS desvalorizaram 0,4 pct, contrariando a subida de 1,2 pct do barril de Brent para 52,45 dólares.
* O peso-pesado do retalho Jerónimo Martins JMT.LS desceu 0,1 pct. O Haitong subiu em 1 euro o 'fair value' da Jerónimo Martins para 16,7 euros por acção, com o impacto positivo do 'roll-over' da avaliação para 2017 e da venda dos activos industriais a sobrepor-se à revisão em baixa das estimativas operacionais, mas cortou a recomendação para 'Neutral' de 'Buy'. Em alta apenas dois títulos: o Millennium bcp BCP.LS que subiu 0,65 pct e a Corticeira Amorim CORA.LS que ganhou 0,9 pct, beneficiando de um início de cobertura, pelo Haitong, com uma recomendação de Compra e um valor justo de 11 euros por acção. No mercado de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos agrava 7 pontos base para 3,53 pct, máximos desde 24 de Junho.
O secretário de Estado Adjunto do Tesouro e Finanças disse à à Reuters que o Orçamento para 2017 vai prosseguir a consolidação orçamental e prever o corte do défice para ligeiramente abaixo de 2 pct com a aceleração do crescimento, dando confiança às agências de notação para melhorarem os 'ratings' de Portugal no próximo ano.
Em entrevista telefónica à Reuters, Ricardo Mourinho Félix afirmou que as conversas com as agências de 'rating' - "não só com a DBRS, mas também com a DBRS - apontam para que há algum conforto da parte deles com a situação actual". Patrícia Vicente Rua; Editado por Daniel Alvarenga)