Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 14 Jun (Reuters) - O dólar firmou trajetória de baixa ante o real nesta quarta-feira após dados mais fracos que o esperado sobre a economia norte-americana esvaziarem as apostas de mais altas de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
Na cena interna, os acontecimentos políticos continuavam no radar dos investidores e podem reforçar a cautela nos negócios ao longo da sessão.
Às 12:06, o dólar BRBY recuava 0,76 por cento, a 3,2830 reais na venda, mas já chegou a 3,2794 reais na mínima do dia. O dólar futuro DOLc1 tinha baixa de cerca de 1 por cento.
"Para hoje, acho muito difícil o Fed não elevar os juros no país, mas os dados divulgados mais cedo tendem a reduzir as apostas de alta adicional este ano", disse o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
O Fed se reúne nesta tarde e deve anunciar nova alta nos juros, depois de ter feito em março também, mas os mercados ficarão de olho nas explicações que a chair do banco central, Janet Yellen, dará na sequência, para colherem sinais sobre os próximos passos da política monetária.
Pela manhã, foi divulgado que as vendas no varejo dos Estados Unidos registraram a maior queda em 16 meses e os preços ao consumidor caíram inesperadamente, sugerindo enfraquecimento da demanda doméstica que pode limitar a capacidade do Fed de continuar elevando os juros neste ano. juros futuros norte-americanos precificavam 18 por cento de chances de o Fed elevar os juros em setembro, ante 24 por cento. Também caiu a 46 por cento, sobre 53 por cento, a expectativa de aumento em dezembro. exterior, o dólar registrava queda ante uma cesta de moedas .DXY e ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano MXN= e chileno CLP= .
Internamente, o mercado continuava acompanhando os desdobramentos do cenário político e o feriado de Corpus Christi trazer cautela adicional aos investidores.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 2,870 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem. (Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)