Por Elizabeth Piper e Elisabeth O'Leary
LONDRES/EDIMBURGO, 17 Mar (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse ao governo da Escócia na quinta-feira que "agora não é a hora" de um segundo referendo de independência, afirmando que seria injusto pedir às pessoas que votem sem saber o resultado das negociações do Brexit.
Embora May não tenha chegado a dizer que o seu governo impediria um novo referendo, o seu secretário de Estado para a Escócia, David Mundell, foi mais directo. Ele descartou qualquer discussão sobre o procedimento de realização de uma votação agora, provocando irritação ao norte da fronteira inglesa.
Nacionalistas escoceses pediram um novo referendo e acusam May de praticamente ignorar as suas exigências, enquanto se prepara para as conversas sobre a separação da UE. Em junho passado a Escócia votou a favor da permanência no bloco.
Depois das declarações de May, a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse que bloquear um referendo separatista não seria democrático.
Os comentários elevaram a temperatura de uma guerra de palavras a respeito da independência escocesa no momento em que o Reino Unido se prepara para conversas intensas sobre sua saída do bloco.
"Neste momento deveríamos estar a trabalhar juntos, não nos dividindo", afirmou May à televisão britânica.
"Deveríamos estar a trabalhar juntos para conseguir o acordo certo para a Escócia, o acordo certo para o Reino Unido. Este é meu trabalho como primeira-ministra, e por essa razão digo ao SNP (Partido Nacional Escocês) que agora não é a hora."
Mundell avisou que não haverá negociação da secção 30, um procedimento que permite ao Parlamento escocês legislar para realizar um referendo de independência, e não quis esclarecer se ou quando uma votação poderia ocorrer.
(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)