LONDRES, 21 Mar (Reuters) - No mês passado, a inflação britânica ultrapassou a meta do Bank of England (BoE) de 2 pct pela primeira vez desde o final de 2013 e é vista subir ainda mais devido ao golpe do Brexit na libra e ao aumento dos preços globais de petróleo.
Os preços no consumidor saltaram 2,3 pct em termos anuais, acima do esperado, sendo o seu maior aumento desde Setembro de 2013 e uma subida acentuada face aos 1,8 pct em Janeiro, disse o Departamento de Estatística Nacional.
Os economistas que participaram na sondagem da Reuters esperavam 2,1 pct. A escala do salto entre Janeiro e Fevereiro foi a maior desde Outubro de 2012.
O voto do Reino Unido para deixar a União Europeia em Junho passado provocou uma queda no valor da libra, elevando o preço dos bens importados. Além disso, ao mesmo tempo, os preços globais do petróleo subiram, aumentando a pressão sobre o poder de compra das famílias.
O BoE disse que espera que a inflação chegue aos 2,8 pct no segundo trimestre do ano que vem, contudo muitos economistas dizem que a mesma provavelmente atingirá 3 pct.
A inflação também acelerou nos Estados Unidos e em outros países da Europa.
Enquanto um dos formuladores de política do BoE votou na semana passada a favor de um aumento na taxa de juros, a maioria dos outros decisores pareciam não estar com pressa para controlar a inflação, em grande parte devido ao fraco crescimento dos salários e às perspectivas incertas para a economia com a preparação do Reino Unido para deixar a União Europeia.
O Departamento de Estatística Nacional disse que os custos de transporte, que foram impulsionados pelo aumento dos custos de combustível, foram o maior impulsionador da inflação em Fevereiro.
Os preços dos alimentos aumentaram em termos anuais pela primeira vez em mais de dois anos e meio.
A inflação dos preços no retalho - acompanhada pelos títulos britânicos soberanos indexados à inflação - saltou para 3,2 pct em Fevereiro, dos 2,6 pct em Janeiro.
Texto integral em inglês: (Reportagem por William Schomberg e David Milliken; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom; Editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)