LONDRES, 15 Set (Reuters) - Enquanto a Europa apela para saber como o Reino Unido pretende implementar a sua decisão de deixar a União Europeia, a nova Primeira-Ministra Theresa May revela pouco, apesar da sua estratégia se estar a tornar mais clara.
May rompeu com a tradição e convidou os media para a sua residência oficial de campo, Chequers, no mês passado para filmá-la a assumir o comando de um Gabinete difícil de governar, cujos membros diferem muito, e muitas vezes publicamente, sobre as prioridades do país.
A Primeira-Ministra prometeu um "acordo único" que permite ao país garantir acordos comerciais com boas condições, limitando a imigração, uma combinação que os líderes europeus têm repetidamente descartado, pois dizem que o comércio livre só é possível com a liberdade de circulação das pessoas.
"Devemos continuar a ser claro sque Brexit significa Brexit, e nós temos que torná-lo um sucesso", disse aos ministros, que escolheu quando o resultado surpresa de deixar a UE ganhou o referendo junho.
May, que, silenciosamente, apoiou a campanha para o Reino Unido ficar na UE, não participou numa cimeira da UE na sexta-feira na capital eslovaca, Bratislava, a primeira vez que o bloco se reuniu desde a votação no Reino Unido. O Brexit dominou o encontro, embora seja improvável que muita luz seja lançada sobre tal.
A Primeira-Ministra prometeu não iniciar as negociações de divórcio com a UE este ano, frustrando o sector favorável ao Brexit no seu próprio partido e os líderes europeus, que temem que a incerteza sobre a segunda maior economia da UE prejudique as restantes 27.
Os conselheiros de May sugerem que o seu plano é invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que ativa o início da separação, no início de 2017.
Até então, as autoridades britânicas fazem planos de contingência, trabalhando as formas de controlar a imigração, de substituição do financiamento do bloco e as leis da UE transpostas para o Reino Unido.
Duas fontes próximas às preparativos dizem que sabem pouco sobre possíveis acordos ou detalhes sobre as negociações, mas estão focados em fornecer opções até que May tome uma decisão.
May tem sido criticada por tentar fazer o impossível para encontrar um acordo para oferecer ao seu país o controlo da imigração e ao mesmo tempo ter o acesso ao lucrativo mercado único da UE. Um assessor de May disse que ela "deixou claro que vai ser ambiciosa - e está determinada a cumprir ambas as coisas." (Reportagem de Elizabeth Piper; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)