Investing.com - A bolsa de Lisboa encerrou a sessão desta sexta-feira em terreno negativo, no rescaldo de uma semana “negra” marcada por uma crise política repleta de acontecimentos.
Primeiro foi o pedido de demissão apresentado pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar. O ministro dos Negócios Estrangeiros e parceiro governamental da coligação CDS-PP, Paulo Portas, não esperou muito mais tempo e na terça-feira tornou-se conhecido igual pedido de demissão, alegadamente “irrevogável.”
O tempo o dirá, mas certo é que o cenário de um segundo resgate continua a pairar à cabeça dos investidores, apesar das negociações que decorrem entre o primeiro-ministro e Paulo Portas.
À falta de um consenso, pelo menos por agora, o PSI 20 perdeu 0,45% para os 5.407,32 pontos, com sete cotadas em alta e 13 cotadas em baixa. Sem surpresas, o setor da banca, que está mais exposto ao risco da República, pressionou o principal índice da praça lisboeta com o destaque do BCP a cair 2,25% para os 0,087 euros por ação. Banif e BPI depreciaram 2,3% e 1,12% para os 0,085 euros e 0,879 euros respetivamente. O BES foi exceção ao terminar a jornada a subir 0,17% para os 0,606 euros por ação.
A Portugal Telecom também castigou o PSI 20 tombando 1,33% para os 2,822 euros por ação. A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce caiu 0,56% para os 15,97 euros e a Sonae SGPS escorregou 1,57% para os 0,689 euros.
A Portucel impediu uma queda mais abrupta na praça lisboeta com uma valorização de 2,27% para os 2,528 euros. A acompanhar esta tendência esteve a EDP. A elétrica liderada por António Mexia subiu 0,08% para os 2,37 euros e a EDP renováveis ganhou 0,89% para os 3,875 euros.
As praças de referência do velho continente também terminaram a semana no vermelho, com o índice Eurostoxx 50 a registar uma queda de 1,91% para os 2.596,01 pontos.
O DAX alemão destacou-se pela negativa com um tombo de 2,36%, acompanhado pelo CAC francês a perder 1,46% e pelo MIB italiano a depreciar 1,74%. O FTSE londrino caiu 0,72% e o IBEX madrileno 1,67%. A Grécia foi exceção à regra com uma valorização de 2,32%.
Do outro lado do Atlântico, as bolsas dos Estados Unidos abriram em alta, animadas pelos dados económicos hoje conhecidos.
De acordo com os números divulgados pelo Departamento do Trabalho norte-americano, em junho o número de postos de trabalho no país cresceu mais do que o esperado, ao mesmo tempo que se registou uma subida dos salários. Ao todo contabilizaram-se 195 mil novos empregos, mas o número revelou-se insuficiente para ter impacto na taxa de desemprego, que se manteve em mínimos de quatro anos nos 7,6%.
Os bons dados sobre o emprego, por outro lado, podem também indicar uma redução dos estímulos da Reserva Federal à economia em breve. Motivo pelo qual os investidores se mostraram cautelosos. O índice tecnológico Dow Jones valorizava 0,55% e o tecnológico Nasdaq 0,68%. O S&P 500 apreciava 0,26%.