* BCE reduz programa de estímulos para 60 bilhões mensais
* STF garante Renan na presidência do Senado por 6 votos a 3
* BC vende leilão de swap com até 15 mil contratos para rolagem
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 8 Dez (Reuters) - Depois de algum vaivém, o dólar voltava a operar em queda ante o real nesta quinta-feira, com o mercado aliviado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da véspera de manter Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado Federal, o que deve facilitar a votação de medidas econômicas importantes para o governo do presidente Michel Temer.
Às 15:07, o dólar BRBY recuava 0,88 por cento, a 3,3743 reais na venda, após ter batido 3,3705 reais na mínima do dia e 3,4187 reais na máxima. O dólar futuro DOLc1 operava em queda de cerca de 0,40 por cento nesta tarde.
"Ficou patente na véspera que ia ter um acordo. Existe alguma precificação ainda da decisão do STF, mas o mercado já começa a olhar para a frente", comentou o gestor do departamento de câmbio da corretora Gradual Investimentos, Hamilton Bernal.
Nos dois pregões anteriores, o dólar acumulou perda de 0,74 por cento sobre o real. Na véspera, o mercado ficou animado com notícias de que estava sendo costurado um acordo para garantir Renan na presidência do Senado.
No início da noite passada, o STF decidiu, por 6 votos a 3, manter Renan à frente do Senado, mas tirá-lo da linha sucessória da Presidência da República, movimento que, na prática, tem poucos efeitos contra o senador, que na semana passada se tornou réu em uma ação penal sob acusação de peculato. isso, estava mantida a agenda de votações no Senado que prevê, na próxima terça-feira, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos, importante medida do governo para tentar colocar a economia nos eixos. final da manhã, no entanto, o dólar registrou alta sobre o real e bater a máxima da sessão após o Banco Central Europeu (BCE) ter reduzido o programa de estímulos a 60 bilhões de euros por mês e o presidente da instituição, Mario Draghi, sinalizado sobre o avanço da economia da reunião.
"Draghi disse que a economia está voltando à vida, o que pode significar mais juros em algum momento, e que a deflação está fora de cogitação", comentou um operador de uma corretora local naquele momento.
O BCE cortou inesperadamente suas compras de ativos para 60 bilhões de euros por mês, a partir de abril de 2017, dos atuais 80 bilhões de euros. O montante valerá até o final do próximo ano e, caso necessário, poderá ser elevado novamente. disse, em entrevista coletiva, que há indicação de alguma recuperação global mais forte, que a inflação subirá mais em 2018 e em 2019 e que não há risco de deflação. o movimento do BCE, deve haver menor liquidez global e sobrará menos recursos para países como o Brasil. No exterior, o dólar subia diante outras moedas de emergentes, como o peso mexicano MXN= e a lira turca TRY= .
Seguia no radar dos investidores a proximidade da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na semana que vem, quando deve elevar os juros, como amplamente esperado em pesquisa Reuters. Os investidores, no entanto, vão buscar pistas sobre novos e/ou maiores aumentos após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, cuja política econômica pode ser inflacionária. Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de 15 mil swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em janeiro. (Edição de Patrícia Duarte)