(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
LISBOA, 13 Jan (Reuters) - O Millennium bcp BCP.LS actualizou o 'guidance' à luz do aumento de capital de 1.332 milhões de euros (ME), prevendo um 'return on equity' (ROE) de cerca de 10 pct em 2018, ano em que vê um potencial regresso à distribuição de dividendos com um 'pay out ratio' igual ou superior a 40 pct, anunciou o banco.
No final dos nove meses de 2016, o ROE do BCP foi negativo: -7,7 pct.
Numa apresentação aos investidores publicada no site da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP reiterou o objectivo de reembolsar os 700 ME de fundos estatais 'contingente convertible bonds' (CoCos), reforçar o balanço, acrescentando que vai colocar "ênfase na rendibilidade e na criação de valor accionista".
Assim, o BCP vê o "potencial regresso ao pagamento de dividendos; objetivo para pay-out ratio de igual ou superior a 40 pct em 2018, sujeito a requisitos regulamentares".
O aumento de capital anunciado esta semana reforça substancialmente a posição de capital, mas é muito diluitivo.
"A emissão de direitos deverá permitir reembolso imediato dos CoCos e reforço do balanço para os novos benchmarks do setor bancário", vincou o BCP.
Num comunicado separado, a CMVM adiantou que aprovou a proposta de aumento de capital e que o prazo da oferta decorrerá de 19 de Janeiro a 2 de Fevereiro e a transação de direitos entre os dias 19 e 30 de janeiro. As ordens de subscrição poderão ser revogadas até ao dia 30 de janeiro.
O apuramento e divulgação dos resultados da oferta deverá ocorrer a 3 de fevereiro de 2017 e a admissão à negociação das novas acções deverá ser a 9 de fevereiro.
A chinesa Fosun 0656.HK deu uma ordem irrevogável para reforçar a sua posição para 30 pct dos actuais 16,7 pct. A Sonangol obteve autorização do BCE para aumentar a participação até aproximadamente 30 pct. L5N1EZ5K9
O BCP referiu que tem "perspetivas de reforço da rendibilidade, impulsionada pela melhoria da margem financeira, ganhos de eficiência, normalização do custo do risco em Portugal e contributo das operações internacionais".
Acrescentou que a margem financeira beneficiará da redução continuada do custo dos depósitos e do reembolso dos CoCos.
Segundo o novo 'guidance', o rácio 'loans to deposit' deverá cair abaixo de 100 pct em 2018, de 100 pct nos 9-meses de 2016, enquanto o rácio 'cost to income' deverá fixar-se abaixo de 43 pct, de 46 pct nos 9-meses do ano passado.
O custo do risco deverá cair para um nível abaixo dos 75 pontos base em 2018, de 221 pontos base nos primeiros nove meses de 2016.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)