ROMA, 7 Dez (Reuters) - Itália prepara-se para assumir uma participação maioritária de 2.000 milhões de euros no banco Monte dei Paschi di Siena BMPS.MI , após as expectativas do banco conseguir um financiamento privado se terem dissipado com a renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi, disseram duas fontes.
O governo italiano já é o maior accionista do banco, com uma fatia de 4 pct, mas planeia comprar 'junior bonds' detidos por italianos para aumentar a sua participação para 40 pct, informaram as fontes.
Ao assumir uma fatia maioritária, o Tesouro poderia controlar o terceiro maior banco da Itália e também as reuniões de acionistas.
Conforme as fontes, um decreto do governo autorizando o acordo, no qual o Estado compraria títulos subordinados de investidores no retalho e os converteria em acções, pode sair ainda neste fim de semana.
O Monte dei Paschi precisa de levantar 5.000 milhões de euros até o fim deste mês, mas investidores privados estão relutantes em ceder capital depois de Renzi ter perdido o referendo no Domingo e anunciado planos de renunciar ao cargo.
O banco deve captar 1.000 milhões de euros através de uma conversão de bonds com investidores institucionais e Roma espera que uma participação de 2.000 milhões de euros pelo governo possa persuadir outros a participar da injeção de capital.
"É uma nacionalização de facto com forte presença do Estado que pode atrair outros investidores e permitir que a transação seja concluída", disse uma das fontes.
O Tesouro e o Monte dei Paschi recusaram-se a comentar.
Renzi deve deixar o cargo dentro de alguns dias e pode ser substituído pelo ministro de Economia ou outro político. Mas uma eleição antecipada pode ser convocada no ano que vem, alimentando receios de que um partido anti-euro possa assumir a liderança do país. (Reportagem de Stefano Bernabei, Giuseppe Fonte, Paola Arosio e Tom Finnes; Traduzido por Patrícia Vicente Rua; Editado em português por Daniel Alvarenga)