LISBOA, 11 Jan (Reuters) - O índice accionista português PSI20 .PSI20 fechou no 'vermelho', pela quinta sessão consecutiva, pressionado pelo tombo de 8 pct do BCP, ainda a ajustar ao desconto a que vai ser feito o aumento de capital, enquanto os juros soberanos aliviaram, segundo dealers.
* A Bolsa de Lisboa caiu 0,61 pct, com 13 das 18 cotadas em queda, destacando-se a descida de 8,42 pct do Millennium bcp BCP.LS que fechou no mínimo histórico de 0,8454 euros.
* Os títulos do BCP já tinham ontem afundado mais de 11 pct, a ajustar ao desconto do aumento de capital de 1.332 milhões de euros (ME) anunciado esta semana, que reforça substancialmente a posição de capital, mas é também "pesadamente diluitivo".
A operação visa a devolução integral dos 700 ME dos fundos estatais 'contingent convertible bonds' ainda no banco. A chinesa Fosun 0656.HK deu uma ordem irrevogável para reforçar a sua posição para 30 pct dos actuais 16,7 pct. L5N1EZ5K9
* Pressão adicional da telecom NOS NOS.LS que caiu 1,83 pct, da EDP Renovaveis EDPR.LS a perder 1,38 pct e dos CTT CTT.LS a descer 0,47 pct.
* No sector do retalho, a Sonae YSO.LS caiu 1,63 pct e a Jerónimo Martins JMT.LS , que apresenta amanhã as vendas preliminares do quarto trimestre de 2016, desceu 0,19 pct.
* Segundo uma Poll de analistas, as vendas preliminares da Jerónimo Martins tiveram uma subida homóloga de 8,4 pct para 3.850 milhões de euros (ME) no quarto trimestre de 2016, suportadas no robusto aumento 'like-for-like' de 9,3 pct da polaca Biedronka. Em alta, nota para a valorização de 3,46 pct da Mota-Engil MOTA.LS , indiferente à acusação da associação sectorial AECOPS, de que o Estado travou a retoma do imobiliário e contribuíu para a degradação do sector da construção, tendo o investimento público em Portugal caído 16,5 pct para 3.500 milhões de euros (ME) em 2016 e o seu peso no PIB desceu para mínimos desde 1960 nos 1,8 pct. A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS ganhou 0,47 pct e a Galp Energia GALP.LS somou 0,57 pct.
* Na Europa, as bolsas oscilaram entre a queda de Lisboa e a subida de 0,54 pct em Frankfurt, com os investidores de olhos postos na primeira conferencia de imprensa do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
* A 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos descem 7 pontos base para 3,98 pct e aliviaram dos máximos de 11 meses, no dia em que o Tesouro enfrentou a mais desafiante colocação de dívida de longo prazo em anos.
* A República está a pagar um preço alto pela sua primeira colocação sindicada desde Abril de 2016, num grande contraste com a operação a 20 anos da Irlanda na semana passada, com as diferentes sortes de recuperação de cada um dos soberanos à vista de todos.
Os principais 'lead managers' do 'benchmark' de Abril de 2027 estabeleceram o nível de 'reoffer' em 352 bp acima dos 'mid-swaps', no limite mínimo do 'guidance' de 352 bp-355 bp, com uma procura superior a 8,5 mil milhões de euros (ME). Isto representa um 'yield' de cerca de 4,23 pct.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)