BRUXELAS, 22 Mar (Reuters) - O presidente dos ministros das finanças da zona euro Jeroen Djisselboem não criticou nenhum país ou região em particular, disse o seu porta-voz depois das declarações de Djisselboem, vistas como negativas para o Sul da Europa, terem provocado pedidos da sua demissão.
Djisselboem disse ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung numa entrevista publicada a 20 de Março que os países do norte da Europa têm mostrado solidariedade para com os países em crise durante a crise de dívida soberana iniciada em 2010 com a Grécia.
"Enquanto Social-Democrata, acredito que a solidariedade é extremamente importante. Mas quem quer que a peça, também tem deveres. Não posso gastar todo o meu dinheiro em álcool e mulheres e depois pedir o vosso apoio. Este princípio existe ao nível pessoal, local e nacional e mesmo ao nível europeu", disse ao jornal.
As declarações provocaram duras críticas em Espanha e Itália e o Primeiro-Ministro português pediu a demissão de Djisselboem, dizendo que as suas palavras foram "racistas, xenófobas e sexistas".
Mas o porta-voz de Djisselboem disse que as palavras de foram mal-interpretadas.
"Djisselboem não se referiu a qualquer país ou grupo de países. A sua mensagem é dirigida a todos os países da zona euro: solidariedade vem com obrigações. Temos de cumprir as nossas regras orçamentais. Isto é importante ao nível pessoal, nacional e internacional," disse. Texto original em inglês: de Jan Strupczewski, Traduzido para português por João Maurício em Gdynia; Editado em português por Sérgio Gonçalves em Lisboa)