Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 22 Mai (Reuters) - O dólar subia 1 por cento e voltava a encostar na casa de 3,30 reais nesta segunda-feira, com os investidores ainda nervosos com a cena política depois das denúncias que atingiram em cheio o presidente Michel Temer na semana passada e com as consequências sobre o andamento de reformas no Congresso Nacional, sobretudo a da Previdência.
Às 10:42, o dólar BRBY avançava 0,99 por cento, a 3,2895 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 4,26 por cento. O dólar futuro DOLc1 tinha alta de cerca de 1 por cento.
"O maior risco para o mercado é Temer continuar e não ter governabilidade, não conseguir aprovar as reformas", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado. "Há ainda preocupação com eleição direta, por causa do risco de entrar algum partido que não dê prosseguimento às reformas", acrescentou ele.
Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS. Temer teve uma conversa gravada pelo empresário. plenário do STF decidirá na quarta-feira se aceita ou não o pedido de Temer para suspender o inquérito contra ele. fim de semana, o cenário político continuou bastante sensível. O PSB decidiu apoiar a renúncia de Temer e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu que apresentará pedido de impeachment contra o presidente, na Câmara dos Deputados, por crime de responsabilidade. véspera, Temer recebeu dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Olivieira (PMDB-CE), promessa de que as duas casas vão manter a normalidade dos trabalhos. cenário doméstico é de completa incerteza e analistas avaliam que não há chance de a reforma da Previdência andar por enquanto e que a volatilidade nos mercados locais deve continuar", resumiu a Advanced Corretora em relatório.
O Banco Central deu continuidade à sua intervenção diante do nervosismo do mercado e vendeu todos os 40 mil novos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares. BC ainda fará leilão para rolagem dos swaps que vencem em junho, com oferta de até 8 mil contratos. (Edição de Patrícia Duarte)