LISBOA, 29 Set (Reuters) - O Chief Executive Officer (CEO) da NOS NOS.LS , Miguel Almeida, disse que um 'OK' com condições na compra da Media Capital pela Altice seria "difícil de aceitar" porque quaisquer remédios serão impossíveis de aplicar e não passarão de mera "cosmética".
"Há um cenário difícil de aceitar (...) que seria a não-decisão, a não-oposição com compromissos. Não há qualquer eficácia no que diz respeito a remédios comportamentais, isso é uma impossibilidade", disse Miguel Almeida, CEO da NOS, numa conferência.
"Uma não-oposicao com compromissos não é mais que uma aprovação com uma cosmética que não vai resistir ao primeiro impacto".
Na semana passada, o regulador ANACOM disse que está contra os termos da compra da dona da TVI, Media Capital, pela Altice, alertando que poderá criar "prejuízo" para o consumidores e colocar "entraves significativos" à concorrência.
A ERC-Entidade Reguladora da Comunicação Social está a apreciar a proposta de compra da Media Capital, tendo poder de veto em caso de parecer negativo, tal como a Autoridade da Concorrência.
Segundo Miguel Almeida, "a Impresa e a Media Capital não podem ser integrados verticalmente".
A 14 de Julho, a Altice acordou comprar os 94,60 pct detidos pela espanhola Prisa na Media Capital por 440 milhões de euros (ME). Esta participação é transmitida à MEO da PT, que anunciou uma OPA geral sobre o restante capital. a CEO da Media Capital, Rosa Cullell, disse estar confiante que o pluralismo e liberdade de informação em Portugal são a 'norma' e assim continuará, frisando que operações como esta são importantes porque é preciso músculo financeiro para crescer num sector muito competitivo e de declínio das receitas.
"Esta operação a acontecer, teria impactos difíceis e irreversíveis na concorrência da comunicação social e impacto muito profundo ao nível do pluralismo e diversidade no acesso a conteúdos", vincou o CEO da NOS.
Hoje, as Directoras Jurídicas da Vodafone e NOS já tinham exigido que a operação seja chumbada pelos reguladores, defendendo que acarreta graves riscos de concorrência e de pluralismo. L8N1M94ZS
O CEO da Vodafone, Mário Vaz, reforçou que a ideia, vincando: "a resposta só pode ser não (à operação). Não temos receio nenhum da aquisição, não temos medo dos desafios da concorrência. É sim prejudicial para o sector das telecom. É prejudicial para o sector media e o que é prejudicial para os media é prejudicial para o país".
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)