Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 29 Mar (Reuters) - O dólar operava com pequena baixa ante o real nesta quinta-feira, de olho na cena externa, mas com a formação da taxa Ptax de final de mês deixando o mercado um pouco mais técnico e com os investidores mais cautelosos pelo feriado de Páscoa que manterá os negócios fechados no dia seguinte.
Às 10:59, o dólar BRBY recuava 0,17 por cento, a 3,3252 reais na venda, depois de fechar a véspera praticamente estável. O dólar futuro DOLc1 tinha leve baixa de cerca de 0,15 por cento.
"Passada a formação da Ptax, o mercado vai focar melhor o exterior, mas também não deve ousar muito, com o feriado prolongado da Páscoa", afirmou o operador de câmbio de uma corretora local.
A Ptax é uma taxa definida pelo Banco Central e que serve de referência para de diversos contratos cambiais. Por isso, no fechamento de mês, o mercado tende a "brigar" para trazer a cotação do dólar para mais perto de seus interesses.
A cautela com o cenário externo também dava o tom nesta sessão, uma vez que ainda não havia sido esvaziada completamente a preocupação com eventual guerra comercial global impulsionada pelos Estados Unidos e pela China.
No exterior, o dólar operava com leve queda ante uma cesta de moedas .DXY , após saltar na sessão exterior, mas operadores disseram que a perspectiva para a moeda norte-americana permanecia negativa, conforme se dirigia para seu quarto trimestre consecutivo de perdas. dólar também cedia ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno CLP= , mexicano MXN= e a lira turca TRY= .
Internamente, o BC brasileiro realiza nesta sessão leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, no total de até 2 bilhões de dólares para rolar parte dos 3,5 bilhões de dólares que vencem em 3 de abril. investidores também estava à espera de que o BC role integralmente também os swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- de maio, que somam 2,565 bilhões de dólares.
O dólar caminhava para fechar o segundo mês seguido em alta frente ao real e apagar o recuo acumulado nos dois primeiros meses de 2018. Depois das preocupações sobre a possibilidade de juros maiores nos Estados Unidos, o mercado foi assolado pelos temores de guerra comercial. (Edição de Patrícia Duarte)