Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 22 Jun (Reuters) - O dólar registrava leves oscilações ante o real, depois de ter subido ao patamar de 3,78 reais com temores sobre disputas no comércio internacional e que pesavam sobre os mercados externos.
O mercado também estava atento às ações futuras do Banco Central, já que as intervenções anunciadas pela autoridade monetária se referiam a esta semana apenas.
Às 12:20, o dólar BRBY avançava 0,07 por cento, a 3,7660 reais na venda, depois de ir a 3,7839 reais na máxima do dia. O dólar futuro DOLc1 caía cerca de 0,20 por cento.
"O mercado é cauteloso..., sensível à alta. Então, qualquer notícia incomoda e o mercado se junta para puxar", afirmou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor sobretaxas de 20 por cento sobre exportações de veículos da União Europeia (UE), um mês depois que seu governo iniciou análise sobre se as importações de veículos europeus representam ameaça à segurança nacional.
O dólar era negociado praticamente estável frente a uma cesta de moedas .DXY , depois de ter recuado em movimento de correção em meio à grande aversão ao risco que varreu os mercados recentemente por conta de temores com guerra comercial global.
A moeda norte-americana recuava frente a divisas de países emergentes, como o peso chileno CLP= e mexicano MXN= , o que continha o movimento de valorização ante o real.
Na semana passada, o BC brasileiro informou que injetaria 10 bilhões de dólares nesta semana em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Até a véspera, colocou 4 bilhões de dólares. pregão, por enquanto, o BC apenas ofertou e vendeu integralmente 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Assim, já rolou 7,04 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, fará rolagem integral. o BC não colocar os 10 bilhões de dólares (que previu que colocaria) até esta sexta-feira, ele vai dar a entender que dará continuidade (aos leilões)", avaliou Amado.
A ação mais contundente do BC veio nas últimas semanas diante do movimento de forte aversão ao risco, que chegou a levar o dólar para acima do patamar de 3,90 reais, devido sobretudo à cena política local.
Pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro não têm mostrado avanços de pré-candidatos que os mercados consideram como mais comprometidos com ajuste fiscal e reformas.
Os mercados também estavam sob a expectativa do julgamento pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de novo pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de dois meses por crime de corrupção.
Os investidores entendem que, uma vez solto, Lula pode atuar como importante cabo eleitoral de um candidato que os desagradem. (Edição de Patrícia Duarte)