LISBOA, 17 Fev (Reuters) - A 'oil & gas' portuguesa Galp Energia GALP.LS vai abrir uma nova via de crescimento nas energias renováveis, visando atingir 10 gigawatts (GW) de capacidade instalada em 2030 com o foco na 'solarenga' Ibéria e em outras geografias, anunciou a empresa.
A empresa, que em Janeiro comprou o maior operador ibérico de projectos solar em desenvolvimento e construção à espanhola ACS ACS.MC por 2.200 milhões de euros (ME), prevê atingir uma capacidade de 3,3 GW em Espanha e Portugal em 2023, que gerarão retornos superiores a 10%.
Numa apresentação no Capital Markets Day, explicou que a transição energética para uma empresa mais verde - em novos negócios de renováveis e projecto de gás em Moçambique - vai absorver mais de 40% do seu 'capex' a partir de 2020, que se situará entre 1.000 e 1.200 milhões de euros (ME) ao ano.
As renováveis e os novos negócios representarão entre 10% e 15% do capex.
"(A Galp) visa reduzir a sua pegada de carbono ... construir um negócio de renováveis competitivo, beneficiando da integração da cadeia de valor...com investimentos equilibrados a suportar a criação de valor de longo prazo", referiu a empresa.
Apesar de ter uma dimensão muito menor do que empresas de petróleo como a Royal Dutch Shell RDSa.L , a BP BP.L , a Total TOTF.PA e Exxon XOM.N , a Galp é a maior 'oil & gas' em Portugal, onde distribui gás e vende gasolina nas suas estações de serviço, e tem uma valiosa presença internacional.
Tradicionalmente uma refinaria de petróleo, a Galp atraiu interesse dos investidores devido às suas perspectivas de crescimento na produção de petróleo e gás devido a participações em projectos no Brasil, Angola e Moçambique e a chinesa Sinopec 000554.SZ tem 30% dos seus activos brasileiros.
(Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)