Na passada quinta-feira o banco JPMorgan (NYSE:JPM) Chase divulgou os seus resultados no segundo trimestre (Q2) de 2022, tendo ficado àquem das expectativas.
O maior banco dos Estados Unidos da América obteve lucros de 8.650 milhões de dólares durante o período, menos 28% do que o período homólogo, o segundo trimestre de 2021.
Um segundo trimestre atribulado
O banco já teve melhores segundos trimestres, tendo entrado, no período em análise, a anunciar que irá suspender a recompra de acções e que não conseguiu corresponder às estimativas dos analistas tanto em lucros como em receita.
A suspensão da recompra das suas próprias acções, apesar de não ser o fim do mundo, pressagia uma estratégia defensiva, na qual uma empresa se apresenta mais cautelosa em relação ao capital extra que possa ter em mão.
Uma estratégia que parece ter a sua razão de ser após a divulgação dos resultados deste trimestre: a receita situou-se em 30,7 mil milhões de dólares contra 31,4 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2021 e os lucros diminuíram mais de 3 mil milhões de euros comparando ambos os períodos.
Consequentemente, os resultados por acção de 2,76 dólares no segundo trimestre de 2022 não superaram as expectativas dos analistas de 2,89 dólares por acção nem os valores do segundo trimestre de 2021, no qual o banco conseguiu alcançar os 3,78 dólares por acção.
De salientar também que as acções da JPMorgan desvalorizaram 29% desde o começo do ano, estando agora 35% abaixo do seu máximo de 52 semanas alcançado em 25 de Outubro de 2021, os 172,96 dólares.
O comentário do CEO
Há cerca de um mês, Jamie Dimon advertiu sobre o “furacão económico” que na sua opinião se está a formar e que se estava a preparar para o impacto que as políticas monetárias mais restritivas da Reserva Federal iriam causar.
Esta quinta-feira confirmou que a sua opinião não se alterou em relação a uma recessão vindoura. “Os esforços da Reserva Federal podem levar a uma aterragem suave ou atribulada, mas não deixam de existir uma série de problemas que é preciso atacar”, disse.
“As taxas estão a subir por causa da inflação, e na minha óptica irão subir mais do que as pessoas pensam”, prossegiu. “O aperto quantitativo irá reduzir a liquidez nos mercados globais, os preços das acções estão a diminuir bastante e os mercados irão permanecer voláteis durante o futuro próximo”.
Jamie Dimon, CEO @ JP Morgan
No entanto, algumas das suas perspectivas amainaram relativamente ao que ponderava há um mês atrás. O facto dos consumidores ainda estarem a gastar dinheiro, de não existir falta de emprego e dos salários estarem a subir serão das principais razões para o refrear do seu pessimismo inicial.
A alteração dos planos de recompra de acções também terá preocupado os investidores, algo que o CEO não teve problemas em adereçar. De acordo com o mesmo, esta alteração “foi implementada para alcançarmos alguns requerimentos de capital e irá ajudar-nos a obter a máxima flexibilidade para melhor podermos servir os nosso consumidores, clientes e comunidade através de um largo espectro de climas económicos”.
Sendo o maior banco dos Estados Unidos da América usando os activos como métrica, os reportes e resultados do JPMorgan Chase são muitas vezes utilizados pelos investidores como um guia para como Wall Street se saiu durante os períodos em análise.