LISBOA/LONDRES 9 Jul (Reuters) - O italiano Generali GASI.MI entrou em negociações exclusivas para comprar a seguradora portuguesa Tranquilidade num acordo para aumentar a sua presença em Portugal, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.
A Generali superou a oferta da seguradora espanhola Grupo Catalana Occidente GCO.MC e esteve em negociações finais para comprar a empresa sediada em Lisboa, disseram as fontes à Reuters, sob condição de anonimato.
A Generali, terceira maior seguradora da Europa, tem uma quota de mercado de 5% em Portugal. Pretende utilizar a Tranquilidade, cujo negócio em Portugal é inferior apenas ao da Fidelidade apoiada pela Fosun, como plataforma para aumentar a sua base de clientes no país.
O negócio, que valoriza a seguradora de 148 anos entre 550 milhões e 600 milhões de euros (entre 616 milhões e 672 milhões de dólares), deveria ser assinado na próxima semana, disse uma das fontes.
Generali e Grupo Catalana Occidente recusaram comentar.
A Tranquilidade é controlada pelo fundo de investimento americano Apollo, que a comprou em 2015 do remanescente do Banco Espírito Santo em um negócio no valor de cerca de 200 milhões de euros.
A Apollo iniciou este ano um processo de leilão que despertou o interesse de uma série de empresas do sector, incluindo a alemã Allianz (DE:ALVG), a belga Ageas e a espanhola Mapfre. só Generali e Catalana chegaram às fases finais do leilão que foi liderado pela Societe Generale (PA:SOGN), Jefferies e Arcano Partners, disseram as fontes.
A oferta da Generali surgiu como a mais competitiva, uma vez que a empresa sediada em Trieste tem vindo a rever a sua presença em Portugal desde 2017. A Generali contratou inicialmente bancos para analisar uma possível saída, mas posteriormente decidiu focar-se em aquisições para expandir a sua presença e aumentar as receitas.
A Tranquilidade fazia parte da problemática rede de negócios da família Espírito Santo, que tinha apoiado a empresa durante décadas.
Mas o colapso de 2014 do Banco Espírito Santo e o seu subsequente resgate de 4,9 mil milhões de dólares levou à criação do Novo Banco, que engoliu as operações saudáveis do credor, incluindo a Tranquilidade, enquanto os seus tóxicos activos foram transferidos para um banco mau.
Texto original em inglês: (Reportagem de Sérgio Gonçalves e Pamela Barbaglia, Traduzido para português por Luis Alexandre Moreira em Gdynia Newsroom)