17 Fev (Reuters) - A polícia portuguesa está a investigar um caso de abuso racial envolvendo o avançado maliano do FC Porto, Moussa Marega, num jogo contra o Vitoria de Guimarães, depois das autoridades políticas e desportivas terem condenado o incidente.
Depois de marcar o que acabou por ser o golo da vitória, Marega saiu dos relvados aos 71 minutos da partida de Domingo do campeonato depois de, aparentemente, ter sofrido abusos racistas por parte dos adeptos da equipa adversária, que começaram durante o aquecimento. agência noticiosa estatal Lusa citou a polícia que disse estarem a tentar identificar os responsáveis para os encaminhar para as autoridades judiciais e administrativas. O comportamento racista é um crime punível com até cinco anos de prisão. Também implica multas administrativas de até 10.000 euros (10.800 dólares).
Figuras de política e desporto reagiram ao incidente, com o primeiro-ministro António Costa a declarar "total solidariedade com Marega" no Twitter.
"Espero que as autoridades impeçam que isto volte a acontecer", disse aos jornalistas.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o presidente da Liga Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, prometeram ambos acção.
"Vou fazer tudo para garantir que estes adeptos que não respeitam o futebol sejam mantidos bem fora dos estádios", disse Gomes.
As regras da FIFA e da UEFA estabelecem que, em caso de abuso racista, os árbitros devem parar o jogo para emitir um aviso, suspendê-lo brevemente se o abuso continuar, e, como último recurso, terminar o jogo.
Nenhuma destas medidas foi tomada pelo árbitro Luis Godinho. Num post no Instagram, Marega bateu tanto nos agressores quanto no árbitro por não defendê-lo.
O presidente do Vitória de Guimarães, Miguel Pinto Lisboa, disse que "não notou nenhum insulto racista, apenas notei uma atitude provocadora por parte de um atleta em relação às bancadas".
Texto original em inglês: (Reportagem de Victoria Waldersee, traduzido para português por André Vitor Tavares em Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)